Ataque atribuído a Israel mata pelo menos cinco pessoas em Damasco
Raro ataque no coração da capital síria atinge zona em que estariam iranianos. “Foi o ataque mais mortífero” na capital, diz Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Um ataque atribuído a Israel deixou entre cinco a 15 mortos, segundo as fontes, em locais associados ao Irão e à milícia xiita libanesa Hezbollah, ambos apoiantes do regime de Bashar al-Assad.
As explosões aconteceram pouco depois da meia-noite, hora local (mais duas horas em Portugal continental), uma num edifício no centro de Damasco, perto da praça Omíada, e deixaram cinco mortos.
Israel não fala sobre acções específicas na Síria (ou no Irão), mas como regra geral admite atacar alvos ligados a forças iranianas ou do Hezbollah na Síria. Nos últimos anos terá levado a cabo, segundo o diário Haaretz, centenas de ataques em zonas controladas por Assad, mas raramente as reconhece publicamente.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, organização ligada à oposição a Assad com sede em Londres, morreram um total de quinze pessoas em dois ataques, um no centro e outro nos subúrbios de Damasco.
“O ataque de domingo é o mais mortífero na capital síria”, disse Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório, citado pela emissora pan-árabe Al-Jazeera.
O ministério da Defesa da Síria disse que os rockets foram lançados a partir dos Montes Golã, que Israel conquistou à Síria em 1967 e anexou em 1981. O ataque “causou danos em várias casas de civis e dano material em vários bairros de Damasco e dos arredores”, segundo uma declaração do Exército sírio citado pela Reuters, acrescentado que não era claro se o ataque tinha tido como alvo uma pessoa em específico.
Em 2008, o comandante do Hezbollah Imad Moughniyeh foi morto num ataque na mesma zona do centro agora atingida, onde os habitantes dizem que estão várias agências de segurança iranianas, sublinha a Reuters. Israel negou, então, a autoria do ataque.
Se há ataques israelitas com alguma regularidade na Síria contra alvos ligados ao Irão, estes acontecem, no entanto, mais frequentemente em zonas dos subúrbios da capital síria, e é raro atingirem zonas civis.
O mais recente ataque de que há informação ocorreu no aeroporto de Damasco, a 2 de Janeiro, deixando-o fora de serviço e matando dois soldados.
Com a esperança cada vez menor de que haja algum acordo com o Irão para impedir a progressão do seu programa nuclear, e com a possibilidade cada vez maior desse programa se tornar militar, Israel tem levado a cabo acções mais ousadas – a mais recente, um ataque contra o que se acreditava ser uma fábrica de armamento em Isfahan, no Irão.