A guerra da Ucrânia “é um grande desafio existencial para a nossa segurança”

Josep Borrell diz que os Estados-membros da UE já estão a trabalhar na proposta de aquisição conjunta de munições. “Nós somos o exército da Ucrânia.”

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O alto representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, falando em Munique ANNA SZILAGYI/EPA

É preciso armar ainda mais a Ucrânia porque a guerra que os ucranianos estão a travar é existencial para a Europa. Falando na Conferência de Segurança de Munique, num painel sobre o futuro da segurança na Europa, Josep Borrell justificou a necessidade de continuar a ajudar Kiev: "Armamos a Ucrânia porque a guerra é um grande desafio existencial para a nossa segurança.”

Na sua intervenção, o alto representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança mostrou-se favorável à proposta da primeira-ministra estoniana, Kaja Kallas – que fazia parte do painel, tal como o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson –, de a União adquirir munições em nome dos seus Estados-membros para enviar para a Ucrânia.

“[O Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky e a Ucrânia não têm munições suficientes, mas têm motivação suficiente”, disse Borrell.

Kaja Kallas, que já tinha apresentado a ideia dias antes, voltou a fazê-lo em Munique e Borrell, que já tinha mostrado estar de acordo com a premissa de fazer para as munições o que se fez para a compra de vacinas contra a covid-19 (encomendas conjuntas de aquisição), reiterou esse assentimento: “Concordo plenamente com a proposta da primeira-ministra estoniana e estamos a trabalhar nisso e vai funcionar”.

Essa é uma das medidas que Borrell pensa necessárias para auxiliar Kiev no seu esforço de guerra, porque “tem de se fazer muito mais e mais rapidamente”.

“Falta fazer muita coisa. Temos de aumentar e acelerar a nossa ajuda militar”, acrescentou o alto representante da diplomacia dos 27, isto para garantir que se cumpra aquilo que “todos os líderes europeus disseram” em Munique: “A Rússia não pode ganhar a guerra.”

Por isso, se “a Ucrânia tem de ganhar a guerra”, enfatizou Borrell, então “temos de passar das palavras aos actos”.

Aos Estados-membros e aos aliados mais hesitantes no aprofundar do apoio militar a Kiev, o representante da política externa da UE lembrou: “Nós somos o exército da Ucrânia, porque esta guerra é um desafio à nossa segurança, um desafio existencial.” E, nesse desafio, o mais importante neste momento é garantir que Kiev tenha munições para se defender das forças russas.

Porque o que está a acontecer, disse Borrell, é que “a Ucrânia recebe armas suficientes, mas poucas munições”.

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