Shlomo Sand: “Na Europa, começa a haver uma fusão entre religião e nacionalismo”
A esquerda perdeu a sua força mobilizadora e abriu espaço ao populismo, diz o historiador Shlomo Sand, que aponta uma nova ameaça às democracias liberais: a simbiose entre nacionalismo e religião.
Shlomo Sand nasceu em Linz, na Áustria, em 1946, numa família se sobreviventes do Holocausto. Viveu os primeiros anos de vida, antes de partir para Israel, num campo de acolhimento perto de Munique. Os pais foram militantes comunistas. Cresceu num kibbutz. Estudou História na Universidade de Telavive e doutorou-se em Paris com uma tese sobre George Sorel e o marxismo. Ensinou em Telavive, mas também na Universidade da Califórnia, em Berkeley e na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Com uma vasta obra publicada, o seu livro mais polémico é A Invenção do Povo Judeu, ainda não traduzido em Portugal. O PÚBLICO entrevistou-o a propósito do seu livro Breve História Mundial da Esquerda (Zigurate) — uma longa viagem que começa no século XVI, em Inglaterra, e que chega até aos nossos dias. Para chegar à conclusão de que o que distinguiu a esquerda das outras correntes políticas foi a questão central da igualdade. Falou ainda sobre Israel — acaba de sair também em Portugal Como uma Raça foi Imaginada (KKYM) — e nas razões pelas quais Benjamin Netanyahu regressa sempre ao poder. Diz que Israel é hoje uma “etnocracia liberal”.
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