Wu Yibing é o primeiro campeão chinês no ATP Tour
O tenista de 23 anos salvou quatro match-points antes de derrotar John Isner na final do Dallas Open.
Wu Yibing começou a jogar ténis aos seis anos, porque achou demasiado alta a rede de badminton, a sua primeira modalidade, e acabou por trocar de raqueta, para jogar num court de ténis ali ao lado. Mas não foi por acaso que, neste domingo, se tornou no primeiro chinês a conquistar um título no ATP Tour. Muito trabalho e muita dedicação estão por detrás do sucesso de Wu no Dallas Open.
O triunfo do tenista de 23 anos foi concretizado em grande estilo: salvou quatro match-points antes de derrotar o herói local, John Isner (37.º no ranking), por 6-7 (4/7), 7-6 (7/3) e 7-6 (12/10). “Sinto-me feliz e não apenas por ter conquistado o título. Mais por mim, por ter feito história, e também para o país. Um enorme feito para a próxima geração”, disse Wu que, até aterrar no Texas, tinha somente ganho seis encontros no circuito principal.
Nas meias-finais, Wu eliminou o grande favorito, Taylor Fritz (8.º), por 6-7 (3/7), 7-5 e 6-4. Nenhum chinês tinha alcançado uma final no ATP Tour ou ganho a um adversário do top 10, mas Wu já fazia parte da história do ténis chinês. No recente Open da Austrália, fez parte do trio de jogadores da China que pela primeira vez competiram num torneio do Grand Slam, juntamente com Shang Juncheng e Zhang Zhizhen.
Na semana passada, e após ter atingido a final num challenger no Ohio, Wu foi o segundo do seu país a entrar no top 100 – imitando o compatriota Zhizhen, que estava no 91.º posto. Agora, com os 250 pontos da vitória em Dallas, o tenista nascido em Hangzhou subiu ao 58.º lugar do ranking mundial.
Para trás ficaram os problemas que obrigaram o ex-número um mundial de juniores (em 2017) a estar parado entre Março de 2019 e Janeiro de 2022, nomeadamente lesões (cotovelo, costas, ombro, pulso) e a pandemia. “Passei por muitas coisas, por lesões, por muitas situações difíceis enquanto crescia. Tive muitas dúvidas porque fui operado e a recuperação não correu bem. Demorou mais do que devia e mentiria se dissesse que sabia que iria chegar aqui. Mas o processo é sempre o mais importante. Acredito em mim e trabalho muito para isso, no ginásio, no court, fora do court… estou sempre a pensar em ténis. E a forma como olho para o ténis é agora mais relaxada e desfruto mais”, recorda Wu.
Embora recuperado fisicamente, Wu continua a ter dificuldades em visitar a família. “Não vejo a minha família na China há mais de um ano, devido à situação da covid. Não posso ir a casa sempre que quero, por isso só vejo os meus pais e avós de vez em quando. Sei que vêem os meus jogos e não teria conseguido isto sem o seu apoio”, explicou.
Wu é fã de basquetebol e tem como principal ídolo na modalidade Kevin Durant, actualmente nos Phoenix Suns. “Comecei a seguir a NBA em 2011, 2012… Toda a gente na China sabe de basquetebol por causa do Yao Ming. Em relação ao Durant, ele é muito calmo no campo, não mostra muitas emoções, é mais introvertido, e eu quero ser como ele”, justificou o tenista chinês.
Além da NBA, Wu tem como passatempos videojogos, música e cozinhar. “Vejo programas de cozinha todos os dias. Acho que me dá uma paz interior quando estou sozinho em casa ou após o treino: preparo a comida, cozinho e limpo. Não sei se sabe bem, mas adoro o processo”, disse Wu.
No ATP 250 de Montpellier, o italiano Jannik Sinner (14.º) conquistou o sétimo título ao derrotar, na final, o norte-americano nascido em Paris Maxime Cressy (40.º), por 7-6 (7/3), 6-3.
No Cordoba Open, a final foi decidida entre dois dos 10 tenistas argentinos presentes no quadro principal. E a vitória recaiu em Sebastian Baez, depois de vencer Federico Coria, por 6-1, 3-6 e 6-3. “Tenho 22 anos e estou no lugar onde sempre sonhei estar. Obviamente que quero mais, mas vou desfrutar ao máximo. Vou celebrar com um bom asado com os meus amigos e família”, afirmou o campeão, que sobe ao 36.º posto, cinco lugares atrás do máximo pessoal. Apesar da derrota, Coria atinge esta semana o seu melhor ranking de sempre: 49.º.
Esta foi a quarta final de Baez no ATP Tour, após ter estado, no ano passado, no derradeiro encontro em Santiago e Bastad e conquistar o título no Millennium Estoril Open. Esta semana, Baez está em Buenos Aires, para competir no Argentina Open, onde estão igualmente João Sousa (142.º), em singulares, e Francisco Cabral (em pares).
Já Nuno Borges (104.º) optou pelo ATP 250 de Delray Beach, onde teve de passar pelo qualifying. O número um português derrotou o checo Jonas Forejtek (282.º), por 6-0, 6-3, e Steve Johnson (118.º), por 6-0, 6-2. Hoje, na primeira ronda do quadro principal, Borges vai defrontar… Johnson, repescado do qualifying para o lugar do também norte-americano Jenson Brooksby.