Ucrânia. Execução de mercenário russo que fugiu da guerra divulgada em vídeo

Yakushchenko terá sido capturado na cidade ucraniana de Dnipro. Ex-mercenário diz ter fugido por esta não ser “a sua guerra”.

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Camião exibe o "z" de apoio ao Exército russo na Ucrânia, à frente do PMC Wagner Centre, um projecto do fundador do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin Reuters/IGOR RUSSAK

A execução de um cidadão russo que fugiu do grupo mercenário Wagner enquanto lutava na Ucrânia está a ser divulgada nas redes sociais nesta segunda-feira. No vídeo publicado no Telegram pelo canal Gray Zone, que está associado ao grupo Wagner, um homem identifica-se como Dmitry Yakushchenko, de 44 anos, antes de ser assassinado. Diz que nasceu na Crimeia e saiu da prisão antes de ingressar no grupo mercenário.

"Estava a planear encontrar uma forma de fugir", disse, acrescentando que esta "não era a sua guerra". Yakushchenko terá sido capturado na cidade ucraniana de Dnipro. "Depois da captura, e tal como o colega Yevgenny Nuzhin, adoeceu com a mesma doença que faz as pessoas desmaiarem nas cidades ucranianas", referiu o canal, fazendo referência a outro vídeo de um antigo mercenário russo a ser executado de forma violenta, com vários golpes de marreta, divulgado em Novembro.

No vídeo, acompanhado com a legenda "vídeo do tribunal - traição", Yakushchenko está com a cabeça presa numa parede de tijolos, enquanto uma pessoa não identificada vestida com um camuflado está atrás a segurar numa marreta.

De frente para a câmara, sentado, Yakushchenko parece recitar o nome e ano de nascimento. "Estava nas ruas da cidade de Dnipro quando fui atingido na cabeça e perdi a consciência, acordei neste quarto e disseram-me que seria julgado", diz.

Depois disso, o homem levanta a marreta e parece golpear Yakushchenko na cabeça. As imagens estão desfocadas e o ex-mercenário cai no chão. Antes de o vídeo terminar, é possível ler na legenda a seguinte frase: "a sessão do tribunal foi declarada como encerrada".

Não é a primeira vez que o grupo Wagner divulga vídeos de execuções de soldados que desertaram. Em Novembro, a execução de Yevgenny Nuzhin, morto por ter mudado para o lado inimigo na guerra, apoiando as tropas de Kiev, também foi divulgada em vídeo. Antes de ser executado, o soldado admitiu “lutar contra os russos”.

Em Janeiro, um antigo comandante do grupo mercenário, que lutou na Ucrânia, fugiu para a Noruega e pediu asilo depois de ter desertado, dizendo temer pela vida. O russo disse ter testemunhado crimes de guerra na Ucrânia, nomeadamente a morte de desertores capturados pelos combatentes do grupo Wagner.