Taiwan afirma ter observado vários balões chineses nos últimos anos

Washington diz que, além dos EUA, China tinha usado balões para sobrevoar espaços militares em países e áreas de interesse estratégico, incluindo Japão, Índia, Vietname, Taiwan e Filipinas.

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Um balão chinês quando sobrevoou a Carolina do Norte, nos EUA, a 4 de Fevereiro EPA/NELL REDMOND

O governo de Taiwan diz ter observado, nos últimos anos, vários balões espiões chineses no espaço aéreo da ilha, noticiou o jornal Financial Times. "Vêm com muita frequência, o último há apenas algumas semanas", disse um responsável de Taiwan.

O Financial Times citou ainda outra fonte que indicou ocorrer o registo destes aparelhos, em média, uma vez por mês.

Em Fevereiro do ano passado, as autoridades denunciaram um incidente deste tipo: vários balões chineses teriam voado sobre o norte da ilha, autónoma desde 1949, mas que Pequim considera uma província sua.

No dia 4 de Fevereiro, os Estados Unidos abateram um balão que sobrevoou o espaço aéreo norte-americano. Na quarta-feira, os serviços secretos norte-americanos ligaram o balão a um alegado programa de vigilância dos militares chineses, tendo já avisado os aliados sobre as manobras chinesas. Nos últimos dias anunciaram que foram abatidos mais três objectos não identificados, mas não apontaram a sua origem.

Washington advertiu que, além dos Estados Unidos, a China tinha usado balões para sobrevoar espaços militares em países e áreas de interesse estratégico emergente para o gigante asiático, incluindo Japão, Índia, Vietname, Taiwan e Filipinas, de acordo com o diário The Washington Post, que citou responsáveis norte-americanos.

Entretanto, a Guarda Costeira das Filipinas acusou os homólogos chineses de dirigirem um "laser de estilo militar" a uma embarcação, no disputado mar do Sul da China, cegando temporariamente vários membros da tripulação.

O incidente ocorreu a 6 de Fevereiro, a cerca de 20 quilómetros de Second Thomas Atoll, nas ilhas Spratly, onde estão estacionados soldados filipinos, disse, em comunicado. O navio chinês também efectuou "manobras perigosas", aproximando-se a cerca de 140 metros da patrulha filipina, referiu.

O barco patrulha filipino estava numa "missão de rotação e reabastecimento" aos soldados num navio da marinha, encalhado no banco de areia para fazer valer as reivindicações territoriais de Manila.

"O bloqueio deliberado" dos navios filipinos de fornecimento de alimentos e provisões aos soldados, "é um desrespeito flagrante e uma clara violação dos direitos soberanos de Manila, nesta parte do mar Ocidental filipino", disse a Guarda Costeira das Filipinas, referindo-se às águas a oeste do país.

O reabastecimento no atol é normalmente feito por embarcações privadas, escoltadas pela guarda costeira. Este é o último incidente marítimo entre Pequim e Manila, em desacordo sobre o mar, uma área estratégica com ricos recursos energéticos e pesqueiros.

Pequim reivindica soberania sobre quase toda a zona, mas também as Filipinas, o Vietname, a Malásia e o Brunei. A China ignorou uma decisão de um tribunal internacional, segundo a qual as reivindicações chinesas não têm base jurídica.

No início deste mês, Washington e Manila concordaram em retomar as patrulhas conjuntas no mar do Sul da China e anunciaram um acordo para permitir o acesso das tropas norte-americanas a quatro bases adicionais nas Filipinas, à medida que os dois aliados procuram contrariar a presença militar de Pequim na região.

Em Dezembro passado, Manila anunciou o futuro estabelecimento de comunicação directa entre os Ministérios dos Negócios Estrangeiros filipino e chinês para evitar "erros de cálculo e de comunicação" no mar do Sul da China.