Mais histórias de sobrevivência no meio da tragédia

Número de mortos no sismo na Turquia e na Síria ultrapassa os 33 mil, mas as Nações Unidas alertam para a possibilidade de o balanço final ser muito superior. Acessos na Síria continuam bloqueados.

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O sismo de magnitude 7,8 matou mais de 30 mil pessoas no Sul da Turquia BENOIT TESSIER/Reuters

Pelo menos oito pessoas foram resgatadas com vida, na Turquia e na Síria, quase uma semana depois do sismo de magnitude 7,8 que abalou partes do território dos dois países na passada segunda-feira. Segundo o balanço oficial, foram registados até este domingo mais de 30 mil mortos só na Turquia — e pelo menos 3500 na Síria, onde a contagem não é actualizada desde sexta-feira.

Seis sobreviventes foram resgatados na província turca de Hatay, na costa mediterrânica e na fronteira com a Síria. Outros dois — um homem de 27 anos, Muhammed Habib, e uma mulher identificada como Saadet Coskun — foram retirados dos escombros nas províncias vizinhas de Gaziantep e de Kahramanmaras, após quase 160 horas soterrados.

Em Hatay, uma rapariga de dez anos foi retirada dos destroços através de um buraco no chão de um andar num edifício parcialmente destruído. Segundo as equipas de socorro, Cudi esteve soterrada durante 147 horas. Um bebé de sete meses foi resgatado dos escombros também em Hatay, 139 horas depois do terramoto.

Um homem e a sua filha de cinco anos, Emira, também conseguiram sobreviver ao sismo principal e às réplicas que se seguiram, uma das quais atingiu uma magnitude de 7,5. "Olá, linda menina, estamos aqui para te salvar", diz um dos elementos da equipa de socorro num vídeo da operação de salvamento.

Outras duas pessoas — um sírio de 54 anos e uma turca de 55 anos — foram resgatadas em Antakia, a capital da província de Hatay.

Na Síria, ninguém sabe ao certo a dimensão da catástrofe, com as questões políticas resultantes de uma guerra de quase 12 anos a adiarem a chegada de assistência humanitária às zonas mais devastadas.

"Temos falhado na ajuda às pessoas no noroeste da Síria", disse à Reuters o responsável da ONU pela ajuda humanitária internacional, Martin Griffiths. "Eles têm toda a razão para se sentirem abandonados."

Segundo outro responsável da ONU, citado pela Reuters sob anonimato, o acesso às regiões controladas pelos rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad tem sido dificultado pelos islamistas do Tahrir al-Sham — uma organização anteriormente conhecida como Frente al-Nusra.

Segundo a fonte citada pela Reuters, o grupo islamista — considerado uma organização terrorista pela ONU e pelos Estados Unidos — recusa-se a permitir a entrada, no seu território, de assistência proveniente do regime de Assad, privilegiando uma rota através da fronteira com a Turquia.

"Não permitiremos que o regime tire proveito da situação para poder dizer que está a ajudar", cita a agência noticiosa.

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