Leituras
Muito para ler e descobrir
As novidades do mundo dos livros, numa newsletter de Isabel Coutinho.
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A escritora canadiana Sheila Heti, autora de Maternidade, "livro semificcional ou paraficcional", como o define na sua crítica no Ípsilon Mário Santos, está na capa do Ípsilon de hoje. Esta obra foi editada pela Relógio D'Água.
Como escreve a jornalista Isabel Lucas, que entrevistou a também ensaísta, editora, encenadora e actriz, este livro"é escrito por alguém que se interroga acerca da vida, por a maternidade se cruzar com todas as dimensões da existência." Alguém que nos diz: "Uma mulher opta por não ter filhos e dizer isso é dizer que falhou, é uma espécie de vanguarda. Em todos os meus livros estou interessada na ideia de fracasso." Podem continuar a ler esta entrevista aqui.
António Guerreiro na sua crónica de hoje escreve sobre biografias e afirma : "as biografias produzidas para responder às exigências do género editorial são metástases."
Ontem, o Prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa entrou, aos 86 anos, para a Academia francesa, onde ocupa agora a cadeira número 18, que pertencia ao filósofo e escritor francês Michel Serres. Homenageou Gustave Flaubert, o seu mestre, e questionou se a literatura pode salvar o mundo. Assisti ao seu discurso, que aqui resumo.
A editora Orfeu Negro conta publicar neste ano o novo livro de Judith Butler, Who’s afraid of gender?.
Esta editora e a Antígona têm na sua programação para 2023 um álbum e vários ensaios imperdíveis. Embora nem só de ensaios se faça o catálogo destas editoras, as suas apostas para este ano passam muito por esta área, com obras que são referência nos estudos de género e nos estudos pós-coloniais. Saber mais aqui.
Numa entrevista à revista New Yorker, publicada esta segunda-feira e a primeira depois do ataque que sofreu em Agosto, o escritor Salman Rushdie diz que está a pensar numa sequela para Joseph Anton: Memórias.
Perder o Paraíso, publicado pela editora Temas e Debates, é definido pela escritora e jornalista inglesa Lucy Jones como uma "síntese das provas mais convincentes" de que a natureza nos faz bem "desde o topo das nossas cabeças até aos dedos dos pés". Ana La-Salete Silva entrevistou a autora que quis investigar a ligação entre a saúde mental humana e o mundo vivo. Podem ler a entrevista no Azul.
Já está disponível o catálogo Obras Proibidas e Censuradas no Estado Novo, um volume "muito importante" para o conhecimento da actividade censória durante a ditadura. Estive na apresentação deste livro que foi editado pela Biblioteca Nacional e passei lá uma manhã com Luís Sá a ver alguns dos livros da Biblioteca da Censura.
Este catálogo com mais de 480 páginas e coordenação de Álvaro Seiça, Luís Sá e Manuela Rêgo "compila, pela primeira vez, os livros resgatados da Biblioteca dos Serviços de Censura e as ‘Obras Proibidas’ de ir à leitura na Biblioteca Nacional", lê-se na contracapa, onde também se diz que, em complemento, reúne imagens de capas e de páginas com cortes, relatórios de leitura e ensaios de Seiça e José Pedro Castanheira. Vale a pena saber mais sobre a história deste livro.
O jornalista Mário Lopes esteve a ler Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan (Relógio D'Água). Diz-nos que "é autobiografia fragmentária, reflexão sobre o ofício da música e os mistérios da criatividade, testemunho da luz que emerge da mais profunda escuridão." Podem ler aqui. Fizemos também uma entrevista aos escritores José Gardeazabal e a Anthony Marra.
Já nas livrarias
LITERATURA DE VIAGEM
M Train
Autoria: Patti Smith
Tradução de: Helder Moura Pereira
Editora: Quetzal Editores
240 págs., 14,40€
Já nas livrarias
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Ilustrado com dezenas de polaróides da própria autora, a reedição de M Train sai na colecção de literatura de viagem da Quetzal, Terra Incognita, que tem formato de livro de bolso. "Não é assim tão fácil escrever sobre coisa nenhuma" é a primeira frase. Esta edição traz uma introdução de Francisco José Viegas intitulada "Patti Smith ou a paixão (verdadeira) pela literatura", onde o editor escreve: "M Train será, no registo dos livros de viagem, uma das experiências mais contagiantes para quem gosta de livros e para quem alguma vez foi ferido pelo animal da literatura. Patti visita os lugares em nome de uma memória que eles transportam e de que nunca hão de poder desligar-se.
FICÇÃO
Via Ápia
Autoria: Geovani Martins
Editora: Companhia das Letras
352 págs., 17,95€
Já nas livrarias
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"Ainda falta uma hora pra cantar parabéns. Washington sobe e desce o salão, olha pro relógio. É sempre aquela história; quando curte um lazer, o ponteiro não tem pena, em cinco minutos passa um mês. No trabalho que é foda, tudo se arrasta. Ainda para mais com essa larica que não para de crescer. Sem dar muita confiança pra ninguém, ele oferece os salgados integrais de mesa em mesa. Aqueles pastéis de ricota nunca foram tão atraentes." Assim começa Via Ápia, que nos leva à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, e quando a polícia invade a Rocinha para instalar uma Unidade Pacificadora, os jovens Murilo, Douglas, Biel, Washington e Wesley vêem a vida virada do avesso. Este é o primeiro romance do brasileiro Geovani Martins, que se estreou com o livro de contos O sol na cabeça. O autor estará no Correntes d’Escritas, de 14 e 18 de Fevereiro, na Póvoa de Varzim.
FICÇÃO
A Estrela da Manhã
Autoria: Karl Ove Knausgård
Tradução: João Reis
Editora: Relógio D'Água
680 págs., 26,50€
Nas livrarias a 31 de Janeiro
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Novo romance do autor de A Minha Luta. Arne e Tove estão com os Żlhos na sua casa de Verão no Sul da Noruega. O pai deita os filhos e pensa: "Sim, fora isso que me fascinara. A ideia de que nada parava, de que tudo continuava sem cessar, de que o dia dava lugar à noite, a noite ao dia, o verão ao outono, o outono ao inverno, que a um ano se seguia outro, de que eles eram parte de tudo isso naquele exato momento, enquanto dormiam nas suas camas. Como se o mundo fosse um quarto que eles apenas visitavam." Este é "um espantoso romance sobre aquilo que não compreendemos e as nossas tentativas para conferir sentido ao nosso mundo, que parece não o ter", refere a editora. Numa noite de Agosto, diversas personagens estão a fazer coisas banais. "Kathrine, uma pastora, viaja de avião depois de um seminário sobre a Bíblia e interroga-se sobre o seu casamento. Jostein, um jornalista, está fora de casa a beber enquanto a sua mulher, Turid, enfermeira numa unidade de cuidados psiquiátricos, faz o seu turno quando um dos doentes foge" e "aparece subitamente uma estrela, brilhando no céu, e estranhas coisas começam a acontecer"...
FICÇÃO
A Fera na Selva
Autoria: Henry James
Tradução: Ana Maria Pereirinha
Editora: Dom Quixote
104 págs., 9,90€
Nas livrarias a 31 de Janeiro
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Havia já uma edição do final dos anos 1980 da Assírio & Alvim (com outra tradução) e outra, de 2010, pela editora Quidnovi com um prefácio da escritora Patrícia Reis. Estavam esgotadas e é agora a editora Dom Quixote a lançar esta novela de Henry James (1843- 1916), um dos mais importantes autores da literatura em língua inglesa. "Um segredo une o casal de amigos John Marcher e May Bartram. Depois de se terem conhecido em Itália e passado dez anos sem qualquer contacto, um reencontro inesperado numa visita à mansão de Weatherend faz com que retomem a amizade que julgavam perdida. May irá, a partir de então, acompanhar as expectativas de John, que espera que um acontecimento raro e grandioso se dê na sua vida, e dispõe-se a esperar com ele", revela a sinopse desta obra de 1903.
FICÇÃO
Quem Sai aos Seus (Apples Never Fall)
Autoria: Liane Moriarty
Tradução: Isabel Veríssimo
Editora: Edições Asa
528 págs., 19,90€
Nas livrarias a 31 de Janeiro
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A australiana conhecida pelo seu romance Pequenas Grandes Mentiras (Big Little Lies, que foi adaptado à televisão e protagonizado por Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Shailene Woodley) tem um novo romance que mistura saga familiar e mistério. "Vista de fora, a família Delaney é perfeita. Joy e o marido, Stan, são treinadores de ténis famosos e arrasam nos courts e fora deles. Os seus quatro filhos já são independentes. Após vidas activas tão intensas, Joy e Stan decidem vender a sua reputada academia de ténis e desfrutar da tranquilidade da reforma. Mas quando uma mulher misteriosa entra inesperadamente na vida do casal e Joy desaparece sem explicação, deixando apenas uma mensagem enigmática, tudo é subitamente posto em causa."
No Leituras podem ler uma pré-publicação.
Há novidades da japonesa Marie Kondo, que no seu último livro mudou de ponto de vista em relação às limpezas depois de ter tido o terceiro filho.
O fenómeno A Mandíbula de Caim, por Torquemada, já está à venda em Portugal. E tal como nos outros países onde já estava publicado está a ser um sucesso de vendas. Na primeira semana de lançamento, o livro entrou para o primeiro lugar de vendas da Fnac e da Wook, A Lua de Papel já fez três edições num total de dez mil exemplares. É um livro com seis assassinatos, 100 páginas fora de ordem, referências literárias e um enigma que é preciso resolver. O livro tem uma história fascinante, foi um quebra-cabeças para quem o traduziu e o primeiro leitor a resolver o enigma ganhará 1000 euros. Podem ler a história deste puzzle literário aqui.
FICÇÃO
A Mandíbula de Caim
Autoria: Torquemada
Editora: Lua de Papel
208 págs., 14,90€
Nas livrarias a 24 de Janeiro
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O convidado do próximo Encontro de Leituras será o escritor e historiador moçambicano João Paulo Borges Coelho com o romance Museu da Revolução, editado pela Caminho. A sessão do clube de leitura do PÚBLICO e do jornal brasileiro Folha de S. Paulo vai realizar-se no dia 14 de Fevereiro, às 22h, numa sessão Zoom. Quem quiser receber informações pode inscrever-se através do email encontrodeleituras@publico.pt
Aqui encontram o link para aceder à sessão.
Lá vos espero.