Resguardada da guerra, Al-Tloul foi arrasada pelo terramoto e inundações
Sismo matou entre 35 e 40 pessoas e destruiu ou danificou a maior parte dos edifícios da pequena localidade junto à fronteira com a Turquia, separada apenas pelo rio Orontes.
Al-Tloul conseguiu escapar ao pior dos 12 anos de guerra civil na Síria, resguardada junto à fronteira com a Turquia, mas foi agora atingida em cheio pelo sismo de segunda-feira e pelas inundações que se seguiram e que obrigaram quase todos os habitantes a fugir.
O sismo matou entre 35 e 40 pessoas, segundo contaram três habitantes à Reuters, e destruiu ou danificou a maior parte dos edifícios da pequena localidade junto à fronteira com a Turquia, separada apenas pelo rio Orontes.
Depois do sismo, os habitantes descobriram fendas numa pequena barragem junto à localidade e tentaram repará-la com sacos de areia, contou Abdelrahmen al-Jassim. Mas a chuva forte da última semana, que também tem dificultado as operações de resgate, engrossou o caudal do rio.
Na tarde de quarta-feira, na altura da oração, a estrutura não resistiu e as águas inundaram Al-Tloul, contou al-Jassim.
"As mulheres e as crianças ficam debaixo das oliveiras sem mais nada. A quem podemos pedir (ajuda)? Toda a gente está devastada. Deus nos ajude."
O sismo matou mais de 3200 pessoas na Síria, quase duas mil no noroeste do país, que já enfrentava uma crise humanitária depois de mais de uma década de isolamento e de guerra.
A ajuda que chega a esta região é pouca ou nenhuma — o primeiro comboio de seis camiões das Nações Unidas chegou esta quinta-feira —, um cenário muito diferente do apoio da comunidade internacional à Turquia.
Em Al-Tloul, os habitantes sentem que foram abandonados, com excepção do apoio para retirar feridos e mortos de debaixo dos escombros após o sismo.
Segundo Firas Aziz Hawash, habitante de Al-Tloul, 500 famílias ficaram desalojadas. "A água está nas casas agora, não sobra ninguém. Ninguém vai poder viver lá. É uma tragédia."