Ice Merchants: Governo assegura despesas de divulgação para os Óscares

Ministério da Cultura não divulgou o valor do apoio ao filme de animação português nomeado para os Óscares.

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"Ice Merchants" tem feito um percurso premiado por festivais desde Maio de 2022 e está nomeado para os Óscares dr
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"A animação portuguesa está no topo do mundo!", disse o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva dr

O Ministério da Cultura vai assegurar as "despesas inerentes à representação e à promoção" do filme Ice Merchants, de João Gonzalez, na corrida aos Óscares, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte da tutela de Pedro Adão e Silva. "Não fazia sentido que tendo um filme sido nomeado para os Óscares — e apoiado pelo ICA [Instituto do Cinema e Audiovisual] na sua produção com 90 mil euros — não fosse igualmente apoiado nesta fase decisiva e que corresponde a um reconhecimento do mérito, em primeiro lugar, dos seus autores — em particular de João Gonzalez mas também do cinema de animação português", referiu o Ministério da Cultura.

Na quarta-feira, em entrevista à agência Lusa, o produtor Bruno Caetano disse que estava à procura de financiamento para divulgar o filme nos Estados Unidos, nas semanas que faltam para a cerimónia dos Óscares, marcada para 12 de Março. "Estamos a tentar procurar apoio por parte de instituições portuguesas, do Estado, e apoios regionais que nos permitam investir mais na divulgação do filme durante o próximo mês e meio", contou Bruno Caetano.

O produtor Bruno Caetano e o realizador João Gonzalez estarão, em breve, de partida para Los Angeles, Califórnia, para divulgar Ice Merchants, que está nomeado para os prémios de cinema de animação Annie, considerados os "óscares da animação", e para os Óscares, naquilo que é uma situação inédita: pela primeira vez um filme de produção portuguesa — com estreia nas salas portuguesas a 16 de Fevereiro está nomeado, neste caso na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.

Questionado esta quinta-feira pela agência Lusa sobre se estaria previsto algum apoio, o Ministério da Cultura explicou que o ministro, Pedro Adão e Silva, "foi contactado directamente na segunda-feira pelos produtores e desde logo começou a trabalhar numa solução", que passará, segundo assume o ministério, por cobrir "despesas inerentes à representação e à promoção nesta fase final", sem especificar o valor das mesmas.

Ice Merchants, que tem feito um percurso premiado por festivais desde Maio de 2022 — no Festival de Cannes foi distinguido numa das mais importantes secções competitivas paralelas —​ foi produzido pela cooperativa portuguesa Cola Animation, em co-produção com França e Reino Unido.

O filme teve um orçamento de cerca de 100.000 euros e contou com distribuição internacional pela Agência da Curta-Metragem.

Bruno Caetano explicou que a distribuição do filme na América do Norte ficou a cargo da prestigiada revista The New Yorker e foi ainda contratado um gestor de campanha para, dentro das regras impostas pela Academia dos Óscares, dar a conhecer Ice Merchants.

Segundo o produtor, já foram gastos cerca de 11 mil euros na divulgação e são precisos cerca de 30 mil euros, "já contando com passagens aéreas e estadias" para estar em Los Angeles a promover o filme.

Segundo o Ministério da Cultura, Pedro Adão e Silva "está muito empenhado em que este filme continue o seu percurso de sucesso e reconhecimento público, testemunhado pelo facto de ter já sido premiado em diversos festivais e agora ter tido uma inédita nomeação para os Óscares".

"A animação portuguesa está no topo do mundo! São poucos os países que têm filmes de animação com tantos prémios em tantos festivais de primeira categoria. Como é que nós, sendo o parente mais pobre, conseguimos fazer isto? Às vezes com muito esforço", reconheceu.

A cerimónia da 95.ª edição dos Óscares está marcada para 12 de Março em Los Angeles. Além de Ice Merchants, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação estão também nomeados The Boy, the Mole, the Fox and the Horse, de Charlie Mackesy e Matthew Freud, The Flying Sailor, de Amanda Forbis e Wendy Tilby, My Year of Dicks, de Sara Gunnarsdóttir, e An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It, de Lachlan Pendragon.​