Zelensky revela alegado plano da Rússia para atacar Moldova para pedir mais segurança aos 27
“A Rússia quer controlar este território e explorar os seus recursos e as suas pessoas”, denunciou o Presidente ucraniano na sua intervenção inicial na reunião do Conselho Europeu.
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Os serviços secretos ucranianos interceptaram informação relativa a um plano que estaria em preparação pela Rússia para atacar e desestabilizar a Moldova — plano esse que foi imediatamente partilhado com as autoridades de Chisinau, revelou o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na sua intervenção inicial na reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, onde mais uma vez insistiu na mobilização total dos Estados-membros da União Europeia para “proteger o território contra o regime que quer a liberdade da Europa e tornar-se o líder autoritário no nosso continente”.
“A Rússia quer controlar este território e explorar os seus recursos e as suas pessoas”, denunciou Volodymyr Zelensky, que disse não saber se Moscovo “deu ordens para prosseguir este plano [de ataque] contra a Moldova, em tudo semelhante ao que está a tentar implementar na Ucrânia e noutros lugares”, prosseguiu.
Ao contrário do habitual, as câmaras puderam entrar na sala do Conselho Europeu para registar, em directo, a intervenção inicial do Presidente ucraniano, que se multiplicou em agradecimentos pelo apoio humanitário, económico e militar dos Estados-membros, mas também deixou sérios avisos de que é preciso fazer mais para assegurar a segurança comum. “Se alguém em Moscovo decide fazer um novo plano de agressão, seja ela híbrida ou directa, teremos tempo de nos defender?”, perguntou Zelensky.
O líder ucraniano destacou o “apoio sustentado e de larga escala” dos 27, e assinalou a importância da “interacção de segurança” entre a Ucrânia e os seus aliados, que classificou como um “exemplo” e um “sinal” para o agressor — de importância semelhante às negociações para a adesão, “outro passo importante para a nossa segurança colectiva”.
Zelensky voltou a insistir no pedido de sistemas de longo alcance, tanques de combate modernos e aviões caça. “Temos de aprofundar a dinâmica da nossa cooperação”, reclamou, sublinhando que a mobilização de meios tem de ser mais rápida do que a capacidade da Rússia para se reequipar.
Finalmente, apelou ao endurecimento das medidas restritivas da UE contra a Rússia, nomeadamente com a inclusão da energia nuclear no próximo pacote de sanções, que deverá ser aprovado no dia do primeiro aniversário da invasão da Ucrânia. “A energia nuclear da Rússia ainda não foi sancionada. Acham que isso é justo quando Moscovo nos ameaça com uma nuvem nuclear? Precisamos de mais este passo”, frisou.