CGTP realiza hoje dia nacional de protesto e greves, mas escolas “estão a funcionar”
Central sindical reclama aumentos dos salários em 10%, subida do salário mínimo para os 850 euros e controlo de preços.
O dia nacional de protesto convocado pela CGTP está a ter pouco impacto na educação, um sector a braços com várias greves desde Dezembro. "Na maioria dos casos, as escolas estão a funcionar de forma relativamente normal”, segundo o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira. “A maior parte das escolas com quem temos contactado estão a funcionar normalmente”, confirma Filinto Lima, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
Esta quarta-feira, terminou a greve convocada por uma plataforma de sindicatos de professores, entre os quais a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE) e que se concentrou num distrito por dia, desde o dia 16 de Janeiro. No mesmo dia, chegou também ao fim a paralisação ao primeiro tempo da manhã, promovida pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores.
Nas escolas prossegue, pelo menos até 24 de Fevereiro, a greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop). Fruto desse protesto, “há uma ou outra escola com alguma adesão e onde há professores em protesto à porta da escola, como tem vindo a acontecer nas últimas semanas”, explica Manuel Pereira. “Mas não estamos a sentir um impacto muito acentuado da greve na Função Pública."
A CGTP realiza esta quinta-feira um dia nacional de protesto, com greves e manifestações em vários pontos do país, pelo aumento dos salários e das pensões, contra a subida do custo de vida e para reivindicar emprego com direitos.
Estão previstas manifestações em várias cidades do país, entre elas, Lisboa, Porto, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Setúbal, Santarém, Portalegre, Viseu, Vila Real e Funchal.
A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, afirmou na terça-feira que a adesão ao dia nacional de protesto tem crescido diariamente e avisou que este não é o fim da viagem na luta dos trabalhadores.
“O dia 9 de Fevereiro vai ser um dia de grande luta no nosso país que vem na continuidade da luta que vem sendo desenvolvida, não é o fim da viagem. Vamos ter de continuar a lutar”, afirmou Isabel Camarinha numa conferência de imprensa na sede da CGTP em Lisboa.
Isabel Camarinha referiu-se ainda ao clima de “intensificação muito grande da luta” que se tem vindo a verificar, evolução que atribui à “degradação das condições de vida e de trabalho” e que levou a central sindical a avançar para este dia nacional de luta e protesto.
“Desde que [este dia nacional de luta] foi convocado pela CGTP todos os dias cresce o número de trabalhadores que aderem e exigem respostas aos seus problemas”, precisou a dirigente sindical, assinalando que os trabalhadores, pensionistas e população em geral necessitam de respostas perante a degradação das condições de vida, com a CGTP a exigir um aumento salarial de 10% com um mínimo de 100 euros mensais, a subida do salário mínimo nacional para os 850 euros, bem como o “controlo de preços” e a taxação dos “lucros brutais” de empresas de sectores como a energia, financeiro ou distribuição.
A jornada que terá lugar hoje contempla a realização de greves, paralisações, plenários e concentrações à porta de empresas e serviços públicos e também com aquilo a que a CGTP chama das “praças da indignação”.
Estas praças, referiu, são espaços que permitem que em cada distrito possa haver “convergência de todas estas acções de luta” e onde “podem estar todos os que sentem necessidade de uma resposta aos seus problemas”.
Este dia de luta abrange público e privado, estando previstas greves em vários serviços públicos e em vários sectores da economia, como serviços ou indústria, apontou a dirigente sindical.