Mais de 12 mil vítimas mortais dos sismos na Turquia e Síria
Autoridades e equipas de resgate divulgaram um novo balanço na noite desta quarta-feira. Número de feridos ultrapassa os 58 mil.
Com o número de vítimas mortais causado pelos sismos na Turquia e na Síria a subir continuamente, o Presidente turco deslocou-se esta quarta-feira de manhã à zona afectada. À chegada a Kahramanmaras, perto do epicentro, Recep Tayyip Erdogan informou que o número de mortos confirmados na Turquia é de 8574.
Às 21h (de Lisboa), um novo balanço informa que na Turquia se registaram já 9057 mortos, o que faz subir o total de vítimas para mais de 12 mil nos dois países.
Na Síria, o Governo aponta para pelo menos 1262 mortos, aos que se somam os 1730 registados em zonas controladas por grupos rebeldes.
Pelo menos onze mil pessoas perderam a vida, na sequência do sismo que abalou o Sudeste da Turquia e o Noroeste da Síria, na madrugada de segunda-feira.
Reuters,Joana GonçalvesAssim, pelo menos 12.049 pessoas perderam a vida em consequência dos fortes abalos sentidos na madrugada de segunda-feira, que arrasaram edifícios como se fossem baralhos de cartas e deixaram num caos absoluto cidades inteiras de ambos os lados da fronteira.
Com mais de 58 mil feridos confirmados nos dois países e um número indeterminado de pessoas ainda presas debaixo dos escombros de milhares de prédios, é muito provável que o número de vítimas mortais continue a subir nas próximas horas. Na Síria, os Capacetes Brancos, grupo de voluntários que presta assistência médica na zona controlada pela oposição, diz que há “centenas de famílias entre os destroços”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que o número final de mortos venha a situar-se acima dos 20 mil.
Erdogan deslocou-se à zona mais destruída para “seguir os trabalhos de perto”, de acordo com um comunicado da presidência citado pela agência noticiosa Anadolu, mas à sua espera tinha também a insatisfação de muitos que se queixam de que as equipas de resgate ainda não apareceram ou que não há distribuição de comida ou medicamentos nas suas zonas.
O Presidente turco reconheceu perante os jornalistas que houve problemas na resposta inicial das autoridades, mas assegurou que as operações estão normalizadas neste momento. Erdogan, que decretou na terça-feira o estado de emergência por um período de três meses nas dez regiões mais atingidas, também pediu aos turcos que confiem apenas nas comunicações oficiais e ignorem “provocadores”.
“Mobilizámos todos os nossos recursos. O Estado está a trabalhar com as autarquias, especialmente com a AFAD [Protecção Civil] com todos os seus meios”, garantiu Erdogan, acrescentando que “os cidadãos não se devem preocupar” porque o Estado “nunca permitirá que fiquem sem abrigo”. Nas contas apresentadas pelo Presidente turco, 6444 edifícios ruíram devido aos terramotos.
As temperaturas muito baixas continuam a ser um dos principais problemas para as equipas de resgate e reduzem ainda mais o tempo disponível para salvar sobreviventes que estejam soterrados. Nos próximos dias os termómetros não devem subir acima dos -6ºC em Gaziantep, a cidade mais próxima do epicentro dos sismos.
Uma repórter da Al Jazeera que se encontra precisamente numa zona de Gaziantep, Stefanie Dekker, diz que ali está a decorrer “uma operação de recuperação [de corpos], já não é uma operação de resgate”. Em Marash (ou Kahramanmaras), outra repórter, da BBC, descreve como um edifício de habitação com nove pisos desabou e “agora é só uma pilha de destroços, metal retorcido e vidros partidos”. Anna Foster acrescenta que, por isso, já não há qualquer esperança de encontrar alguém com vida naquele local.
Ainda assim, continuam a emergir histórias com final feliz. Yigit Carmak, um rapaz de oito anos, foi resgatado com vida de um edifício em ruínas de Hatay, na Turquia, depois de ter ali estado preso durante 52 horas. As imagens da agência EPA (ver no topo do artigo) mostram-no sorridente, às cavalitas de um socorrista e quando finalmente abraça a mãe que o espera.