Américo Aguiar: Igreja não quer “passar imagem de riqueza ou ostentação”

O bispo auxiliar de Lisboa anunciou que está marcada uma reunião para esta quinta-feira em que será reavaliado o orçamento do altar-palco no Parque Tejo.

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Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude LUSA/TIAGO PETINGA

Em entrevista à RTP3 na noite desta quarta-feira, Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude, anunciou que está marcada para quinta-feira uma "reunião técnica, política a pastoral” para reavaliar o orçamento do altar-palco onde o Papa Francisco celebrará a missa.

Américo Aguiar garantiu que será retirado "tudo o que não for essencial", sem prejudicar a segurança da construção. "Vamos pedir aos técnicos que cortem tudo o que não é essencial para a segurança e para corresponder àquilo que é necessário."

Na reunião estarão presentes representantes da autarquia, do Governo, da Igreja e das empresas de construção.

"Quero entender qual é a razão técnica e de custo financeiro para que este custo seja indispensável. Aquilo que não for indispensável, vamos pedir que se elimine porque não há razão para que aconteça. Nós não queremos passar uma imagem de riqueza ou de ostentação, porque isso também fere os portugueses e fere os jovens", defendeu.

Por várias vezes, o coordenador da Igreja para a JMJ relembrou que este é o maior evento já feito em Portugal, mas para o qual a Igreja nunca impôs nenhum palco. No mesmo sentido, o presidente da Fundação JMJ não confirmou que tenha sido pedida uma estrutura capaz de acomodar duas mil pessoas, como tinha avançado, em conferência de imprensa, o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia.

Assegurou também que está em constante comunicação com Carlos Moedas, e que, a partir de agora, acompanhará "cada aquisição e cada concurso" para verificar o que é, ou não, indispensável.

A previsão actual é de que o altar-palco no Parque Tejo custe à Câmara de Lisboa mais de cinco milhões de euros. No total, serão montados mais de 50 palcos em vários locais da cidade de Lisboa.

Um segundo grande palco está previsto para o Parque Eduardo VII, com um custo até dois milhões de euros. Sobre este, o bispo disse que se está a trabalhar para um palco "o mais minimalista possível", que não será o projecto que foi divulgado na última semana, e não recusou a hipótese de ser transferido para o Parque das Nações.

Questionado se as polémicas relacionadas com os custos da iniciativa não estariam a afastar a sociedade do evento, respondeu que sim, e acrescentou que entende esse afastamento, mas pediu que lhe dêem “o benefício da dúvida”: “Peço que dêem o benefício da dúvida. No fim, dia 7 de Agosto, se estiver vivo, virei aqui prestar contas direitinho."

Américo Aguiar admitiu ainda falhas na comunicação do evento e reconheceu não ter acompanhado as negociações como deveria. “Peço desculpa aos portugueses por não o ter feito, acho minha obrigação acompanhar, não intrometer-me na competência da autoridade e instituições, mas pedir para acompanhar, para que possamos validar coisas indispensáveis para a concretização do acolhimento de um milhão de jovens na cidade de Lisboa."

Mais de 400 mil jovens de 183 países interessados

Quanto ao número de participantes na JMJ, que acontece de 1 a 6 de Agosto em Lisboa, Américo Aguiar adiantou que estão inscritos mais de 10 mil voluntários (número que ainda deverá duplicar ou triplicar), e que mais de 400 mil jovens de todo o mundo já manifestaram interesse em participar. Destes, 20 mil já pagaram a inscrição e representam 183 países.

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