Equipa portuguesa quer criar bebida de frutos vermelhos para prevenir diabetes
Cientistas do Instituto Politécnico da Guarda vão usar produtos da região, como a cereja e o mirtilo, para criar bebida que mantenha as propriedades anti-inflamatórias e antidiabéticas destes frutos.
O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai criar uma bebida de frutos vermelhos, produzida à base de cereja e de mirtilo, com propriedades antidiabéticas e anti-inflamatórias.
“Em parceria com empresas da região, os investigadores e estudantes envolvidos no projecto RedFruit4Health, financiado em 312 mil euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), irão desenvolver um produto com benefícios medicinais que possa ser comercializado com recurso a produtos endógenos da Beira Interior”, refere o IPG, em comunicado.
A cereja e o mirtilo “são conhecidos por serem uma grande fonte de nutrientes e pelos vários benefícios que apresentam para a saúde, desde as propriedades anti-inflamatórias até à prevenção da diabetes”, destaca Luís da Silva, investigador do IPG e coordenador do projecto.
“Na concepção da bebida que temos em vista, vamos realizar ensaios clínicos para garantir que o produto que vier a ser produzido mantém as propriedades originais das frutas vermelhas utilizadas”, diz.
O projecto RedFruit4Health também prevê a criação de menus saudáveis inspirados na dieta mediterrânica para serem acompanhados pela nova bebida.
Os menus, que também incluirão produtos endógenos da região, serão depois integrados nos sectores de restauração local e em cantinas escolares. “Sendo a desnutrição um dos maiores desafios da actualidade queremos contribuir para um equilíbrio entre a saúde, a nutrição e o que de melhor a nossa região tem para oferecer”, afirma Luís da Silva.
A equipa de investigação do IPG está a trabalhar em parceria com as produtoras agrícolas Cerfundão e Beira Berry, e com a 7.cbafruit, empresa que produz e distribui sumos de fruta. O projecto tem ainda como parceiros a Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, o Pólo de Inovação da Covilhã, a INOVA+, a Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha, o laboratório Egianálise, o grupo hoteleiro Esquila Real e os restaurantes Tertulimbatível e Nevão de Estrelas.
“Este projecto mostra bem como a política que o Politécnico da Guarda adoptou de contratar recursos humanos altamente qualificados para investigarem e produzirem conhecimento, ciência e inovação em parceria com o tecido empresarial da região, está a produzir bons resultados”, aponta Joaquim Brigas, presidente do IPG.
Neste caso, as condições edafológicas da Guarda, a conjugação dos seus solos com o seu clima, “estão a ser colocadas ao serviço, quer da economia da região, quer da aprendizagem e da produção de conhecimento por parte dos alunos”, reconhece.
“Liderar este projecto RedFruit4Health fortalece o compromisso do Politécnico da Guarda em colocar a inovação e a investigação ao serviço da economia e do tecido social local e nacional”, diz Joaquim Brigas.
O RedFruit4Health foi apresentado na semana passada, na Quinta de Ciência Viva para Agricultura Biológica, em Idanha-a-Nova, Castelo Branco, na presença do primeiro-ministro, António Costa, da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira.
Na cerimónia foram apresentados também os seis projectos contratualizados no âmbito da iniciativa Alimentação Sustentável da Agenda de Inovação Terra Futura.