Bloco de partos de Portimão vai encerrar de 15 em 15 dias até ao final de Março

Nove blocos de partos da região de Lisboa e Vale do Tejo continuam a encerrar de forma rotativa no primeiro trimestre deste ano.

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Várias maternidades de Lisboa e Vale do Tejo continuam a fechar alternadamente até ao fim de Março Nelson Garrido

O bloco de partos do hospital de Portimão vai estar encerrado de 15 em 15 dias até ao final de Março, mantendo-se aberta de forma ininterrupta a maternidade do hospital de Faro. Portimão encerra o bloco de partos ao exterior entre as 8 horas de sexta-feira e as 8 horas de segunda-feira a partir de 10 de Fevereiro. A distância entre os hospitais de Portimão e Faro (que estão integrados no Centro Hospitalar Universitário do Algarve) é de 70 quilómetros.

A Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou nesta terça-feira esta nova decisão num comunicado em que sublinha que se mantêm os encerramentos alternados de vários blocos de partos na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) até ao final do primeiro trimestre, como foi decidido no início deste mês. É nesta região que se tem feito sentir com maior acuidade a falta de médicos especialistas para assegurar as escalas dos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia dos hospitais públicos.

De resto, todos os 13 blocos de partos do Norte do país, os sete do Centro e os três do Alentejo continuam a funcionar em pleno, sem interrupções. A direcção executiva acompanha a informação sobre a operação Nascer em Segurança no SNS de uma infografia com o calendário das maternidades que estarão abertas nas cinco regiões do país até ao final de Março e volta a sublinhar a importância de as pessoas contactarem previamente o SNS 24 (808242424), ou o 112, em caso de emergência.

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Os únicos blocos de partos que funcionam sem interrupções em LVT são o do hospital de Santa Maria e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, e os do hospital de Cascais e do hospital de Almada. As outras nove maternidades da região encerram ao exterior entre as 8 horas de sexta-feira e as 8 horas de segunda-feira de forma rotativa, partilhando recursos.

Os blocos de parto dos hospitais de São Francisco Xavier (Lisboa), de Amadora-Sintra, de Loures e de Vila Franca de Xira encerram alternadamente, acontecendo o mesmo no eixo geográfico dos hospitais de Santarém, Abrantes e Caldas da Rainha e, na Margem Sul, nos do Barreiro e de Setúbal.

Evitar fechos definitivos

Este novo modelo de funcionamento, que será avaliado no final do terceiro trimestre deste ano, visa evitar encerramentos definitivos de maternidades, uma entre várias hipóteses de solução para a falta de obstetras no SNS propostas pela comissão de especialistas que foi criada pela ex-ministra da Saúde Marta Temido no Verão passado. Nessa altura, vários blocos de partos e serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia passaram a fechar de forma intermitente ou a funcionar com limitações.

No Norte, as duas maternidades em risco de encerramento definitivo – as dos hospitais da Póvoa de Varzim e de Famalicão vão manter-se abertas pelo menos até ao final deste ano, já deliberou a direcção executiva. Quanto às duas de LVT Vila Franca de Xira e Barreiro e as duas do Centro Guarda e Castelo Branco em que a hipótese de encerramento foi enunciada pela comissão de especialistas, essas mantêm-se abertas pelo menos até ao final de Março, enquanto se aguarda uma decisão para o resto do ano.

Mas o encerramento definitivo parece ser um cenário remoto. Quando a nova forma de funcionamento rotativo foi adoptada, o director executivo do SNS, Fernando Araújo, explicou ao PÚBLICO que o objectivo era "evitar fechos definitivos", uma vez que estes "acabariam por ser sem retrocesso", e ganhar tempo até o SNS ter "capacidade de voltar a ter recursos".

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