Estas são as fotos do asteróide que passou perto de nós

Um asteróide, de seu nome 2023 BU, atingiu o ponto mais perto da Terra pouco depois da meia-noite desta sexta-feira.

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O asteróide 2023 BU registado às 22h40 (de Portugal continental) de 26 de janeiro de 2023 Gianluca Masi/Telescópio Virtual

Surge-nos como um simples pontinho de luz. É assim que nos aparece nas fotografias o asteróide que na madrugada desta sexta-feira, pouco depois da meia-noite, fez uma passagem extremamente perto da Terra. Nunca os astrónomos consideraram que esta rocha cósmica, de três a de três a oito metros de diâmetro, fosse um perigo para nós.

Uma das fotografias do asteróide, registada pelo astrónomo italiano Gianluca Masi, foi partilhada no Projecto do Telescópio Virtual, um site que divulga observações astronómicas de vários telescópios pelo mundo. Vemos então o asteróide às 22h40 (de Portugal continental) de quinta-feira, poucas horas antes do momento de aproximação máxima da Terra, que aconteceu já depois da meia-noite, quando então ficou a cerca de 3500 quilómetros de nós.

Às 22h40, o asteróide 2023 BU encontrava-se a 37 mil quilómetros da Terra. Quando fez a passagem rasante ao nosso planeta, em que ficou apenas a cerca de 3500 quilómetros, a distância a que se encontrava de nós era a equivalente à que vai de Lisboa até quase Moscovo.

Noutra das imagens partilhadas por Gianluca Masi – que é o responsável pelo Projecto do Telescópio Virtual, cujo objectivo é permitir a todos em qualquer parte do globo de apreciar as maravilhas do cosmos –, o pontinho de luz é ainda mais ténue, uma vez que nessa altura o asteróide estava mais longe da Terra. Esse registo é de 24 de Janeiro, às 19h48.

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O asteróide 2023 BU registado às 19h48 de 24 de Janeiro Gianluca Masi/Telescópio Virtual

Para além das fotografias de Gianluca Masi, captadas num telescópio na comuna italiana de Ceccano, podemos ver gráficos que mostram claramente quão perto o asteróide passou do nosso planeta. Foi bastante abaixo da órbita dos satélites geoestacionários, situados a cerca de 35 mil quilómetros de altitude.

O 2023 foi detectado nem há uma semana. O astrónomo amador Gennadiy Borisov, que tem um observatório na Crimeia, localizou-o no último sábado, 21 de Janeiro. Seguiram-se outras observações, incluindo de programas que vigiam este tipo de objectos para avaliarem o risco de colisão com a Terra. O 2023 BU faz parte da cintura de asteróides que anda entre Marte e Júpiter, em particular a uma classe de corpos que cruza a órbita da Terra.

Depressa um sistema da NASA que avalia esses riscos (o Scout), mantido pelo Centro para Estudos de Objectos Próximos no laboratório de Propulsão a Jacto (JPL), descartou a hipótese de colisão.

“Apesar das poucas observações, foi possível prever que o asteróide iria fazer uma aproximação à Terra extraordinariamente perto”, disse Davide Farnocchia, engenheiro de navegação no JPL que desenvolveu o sistema Scout. “De facto, esta é uma das passagens mais perto de um Objecto Próximo da Terra conhecido”, salientou o investigador, citado no site do JPL.

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Ilustração da aproximação à Terra do asteróide 2023 BU publicada no site da NASA NASA/JPL/Caltech
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