Há mais uma escola internacional a nascer em Lisboa, fica em Alcântara

O projecto prevê manter os quatro edifícios do anterior complexo fabril e preservar as fachadas originais da antiga fábrica de massas A Napolitana.

cambridge,alcantara,local,educacao,lisboa,escolas,
Fotogaleria
DR
cambridge,alcantara,local,educacao,lisboa,escolas,
Fotogaleria
DR
cambridge,alcantara,local,educacao,lisboa,escolas,
Fotogaleria
DR
cambridge,alcantara,local,educacao,lisboa,escolas,
Fotogaleria
DR

As obras continuam perto do Largo do Calvário, naquela que era a antiga fábrica de massas A Napolitana, para dar lugar a mais uma escola internacional. Ao todo, existem no país 46 estabelecimentos com currículos internacionais autorizados e nove em processo de autorização, avança o Ministério da Educação (ME). A Lisboan International School (LIS) é uma delas, mas o director britânico Martin Harris não vê qualquer impedimento ao seu projecto e as aulas são para arrancar já em Setembro, avança ao PÚBLICO.

O projecto prevê manter os quatro edifícios do anterior complexo fabril e preservar as fachadas originais, mas há espaço para jardins, cantina, anfiteatro, biblioteca, laboratórios de ciências, complexo desportivo e salas de aulas para todos os ciclos, do pré-escolar ao secundário. A ideia é começar o ano lectivo de 2023/2024 com uma turma de cada ano, explica Martin Harris, mas no futuro a escola poderá acolher 1200 alunos.

Haverá ainda um parque de estacionamento subterrâneo e, em concordância com a autarquia, garante o director, o quarteirão - formado pelas ruas Maria Holstein e Cozinha Económica e a Travessa de Teixeira Júnior - vai mudar a circulação, de maneira a que no início da manhã e ao final da tarde (as horas de deixar e ir buscar as crianças à escola) não haja demasiado trânsito no local.

Recentemente, a Artemis Education, um consórcio de escolas internacionais, apenas com um estabelecimento a funcionar no Qatar, comprou mais um edifício, vizinho da antiga fábrica, considerada uma representante da arquitectura industrial portuguesa do início do século XX, onde tenciona fazer um espaço multiúsos, mostra Martin Harris, durante uma visita ao espaço.

O prédio extra, que estará pronto em 2024, será composto por salas de estudo e de orientação profissional para os estudantes. Existirão espaços desportivos, bem como salas de reuniões a pensar na vizinhança. "Haverá diversas aulas comunitárias desde dança e fitness até xadrez e contabilidade, bem como um café que estará aberto ao público fora do horário escolar. As instalações podem ser arrendadas para festas infantis e queremos disponibilizá-las para grupos locais", enumera o director.

Currículo em inglês

A língua franca será o inglês, bem como os currículos baseiam-se nos programas britânicos do Cambridge International Education e International Baccalaureate (IB).​ Contudo, o português será obrigatório até ao final do 3.º ciclo, passando a opcional no secundário. "Devemos cumprir os mesmos padrões esperados de qualquer escola em Portugal", declara Martin Harris, acrescentando que o projecto aguarda a aprovação do ME, para onde foram enviados "todos os detalhes do ethos, currículo e todas as actividades extracurriculares planeadas".

O responsável está confiante que os planos serão aprovados. Entretanto, os pais interessados neste projecto podem visitar os escritórios da LIS, onde além das maquetes - o projecto de renovação é da responsabilidade do arquiteto Frederico Valsassina​ -, é possível fazer uma visita com óculos de realidade virtual às futuras instalações e conversar com o director ou algum dos futuros professores.

As primeiras contratações foram de docentes norte-americanos, mas Martin Harris gostaria de conseguir um "equilíbrio entre nacionalidades e experiência no corpo docente para oferecer uma educação de primeira classe", revela, reconhecendo que há falta de professores, mas também de sítio onde ficarem. Em Setembro, a escola deverá empregar, aproximadamente, 50 pessoas, entre pessoal docente e não docente. Com lotação completa, o número ascenderá aos 200 funcionários.

O director foca-se no currículo e explica que o método de ensino será "inovador" porque o objectivo é "preparar os alunos para uma vida global e internacional". Por isso, além da parte académica, há uma preocupação com a formação cultural, sem esquecer a sustentabilidade, e estão previstas muitas saídas da escola, promete.

O método de ensino assenta em três princípios: belong, own, act (pertencer, possuir, agir), complementados por cinco valores-chave: bondade, curiosidade, conexão, resiliência e integridade, enumera o responsável. "O grande objectivo é que os alunos sejam felizes enquanto aprendem e que se sintam inspirados a ser a melhor versão de si próprios", resume.

Se o corpo docente se quer internacional, o discente também, por isso, as portas estão abertas aos alunos portugueses, convida Martin Harris, sem esquecer os filhos dos expatriados. A anuidade rondará entre os 11 mil, para o pré-escolar, aos 20 mil euros, para o secundário. No futuro, haverá lugar para 10 a 12% de alunos com ensino gratuito. As aulas são para começar a 12 de Setembro.

Sugerir correcção
Ler 9 comentários