56% dos trabalhadores portugueses receberam menos de mil euros

Percentagem sobe para 65% no caso dos jovens com menos de 30 anos segundo o Ministério do Trabalho.

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Salário médio dos trabalhadores foi de 1269,34 euros no ano passado Pascal Lauener

Mais de 50% dos trabalhadores receberam salários inferiores a 1000 euros em 2022, uma percentagem que sobe para 65% no caso dos jovens com menos de 30 anos, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

De acordo com o documento elaborado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, apresentado na Concertação Social, no ano passado 56% dos trabalhadores em Portugal recebiam um salário inferior a 1000 euros, uma percentagem que compara com 72% em 2015. No caso dos jovens, 65% recebiam abaixo de 1000 euros, em 2022, face a 84% em 2015.

O salário médio dos trabalhadores com remuneração declarada à Segurança Social era no ano passado de 1269,34 euros, superior em 29% ao valor de 2015, enquanto para os jovens (até 30 anos), o salário médio era de 1037,57 euros, mais 40% em comparação com 2015. Comparando com o salário mínimo nacional, que estava nos 705 euros em 2022, estes valores de salário médio representam mais 80% e 47%, respectivamente.

Se se tiver em conta a despesa com a habitação, por exemplo, estes valores de salários ganham uma nova perspectiva. De acordo com os dados do INE dos censos de 2021, cerca de 30% dos alojamentos alugados tinham uma renda superior a 400 euros, valores que sobe para perto de 43% na Área Metropolitana de Lisboa.

Para as casas compradas com recurso a empréstimos bancários, a prestação média estava nos 288 euros em Novembro, de acordo com o INE, e a tendência é de crescimento, devido à subida das taxas de juro. No caso do valor de Novembro, este está 13,8% (ou 35 euros) acima do montante de Novembro de 2021.

Os dados do GEP mostram ainda que a percentagem de trabalhadores a receber até 760 euros (o valor do salário mínimo nacional em 2023) reduziu-se para metade em 2022 face a 2015, tendo passado de 60% para cerca de 30%.

Quanto à dinâmica salarial, o documento indica que os trabalhadores que mudaram de empresa viram o seu salário crescer em média 16,3% em 2022 face a 2021, enquanto os que se mantiveram na mesma empresa tiveram um aumento médio de 6,2%. Considerando o total de trabalhadores em Outubro, em média, os salários aumentaram 5,2% face a 2021, indicam os dados.