Decisão de videoárbitro tirou vitória a Portugal no Mundial de andebol. Havia motivo?

Após a buzina final, no Mundial de andebol, Alexis foi desqualificado e Portugal foi penalizado com um livre de sete metros a favor do Brasil, que o converteu em golo e fez o empate já depois da hora.

Foto
Alexis em acção pela selecção nacional EPA/Johan Nilsson

Nesta quarta-feira, Portugal deixou escapar a vitória frente ao Brasil no Mundial de andebol já depois da buzina final. Havia festa rija da selecção nacional, mas as duas árbitras francesas, as gémeas Bonaventura, foram desafiadas a irem ver qualquer coisa nas imagens. Essa “qualquer coisa” faz sentido? Pelas leis do andebol, sim.

No momento da suposta infracção foi difícil detectar algo, já que nem os próprios jogadores brasileiros protestaram o que quer que fosse. Mas a dois segundos do final do jogo, com 28-27 a favor de Portugal, o Brasil teve direito a um livre de nove metros.

De acordo com o ponto 8:10c das regras do andebol, no momento da execução do livre os defensores devem estar a pelo menos três metros do executante – por isso se colocam junto da linha dos seis metros, à frente da área de baliza.

Acontece que Alexis Borges não respeitou essa distância e bloqueou o remate do adversário. Infracção especialmente grave? Nem por isso, se se tratasse de qualquer momento do jogo que não fossem os últimos 30 segundos.

A lei estipula que uma infracção deste tipo neste momento do jogo resulta em desqualificação do infractor e um livre de sete metros – o tal que o Brasil utilizou para fazer o 28-28. Pela lei, tudo certo.

Paulo Jorge Pereira quer revisão da regra

Após a partida, o seleccionador nacional argumentou que a dureza da penalização não é proporcional à gravidade da infracção e que, por isso, a regra deveria ser revista. "A questão dos três metros nos últimos segundos é uma regra que deve ser revista, porque a proporcionalidade da punição não está de acordo com a possibilidade de se marcar golo numa circunstância daquelas", começou por defender Paulo Jorge Pereira, citado pelo jornal O Jogo.

E detalhou: "Temos um livre de nove metros, faltam seis segundos, qual é a possibilidade de se marcar golo nessa circunstância? Ainda por cima com barreira à frente, mesmo que a barreira esteja à distância de três metros. É muito difícil e depois a punição é um livre de sete metros".

Sugerir correcção
Comentar