Para os Brits, os artistas do ano são só homens
A cerimónia abandonou a distinção por género, mas só homens foram nomeados para a categoria principal nas nomeações divulgadas esta quinta-feira.
No final de 2021, os Brit Awards anunciaram que iam abolir as distinções de género, deixando de haver categorias como "artista feminina do ano" ou "artista masculino do ano". Tal aconteceu por causa de uma chuva de críticas que diziam que alguém como Sam Smith, uma pessoa não-binária e estrela pop de muito sucesso no Reino Unido, não encaixava em nenhuma das categorias.
A primeira edição em que tal aconteceu foi na do ano passado, em que a artista do ano para os prémios organizados pela indústria discográfica britânica foi Adele. Este ano, para a cerimónia que decorre no dia 11 de Fevereiro, os nomeados, divulgados esta quinta-feira, são exclusivamente masculinos: Stormzy, George Ezra, Central Cee, Harry Styles e Fred Again. Na categoria de artista internacional do ano, a outra que perdeu o género, há mais paridade, se bem que quase todos os artistas sejam norte-americanos: estão nomeadas três mulheres, entre Beyoncé, Lizzo e Taylor Swift, e dois homens, Kendrick Lamar e o nigeriano Burna Boy. Segundo o Guardian, as nomeações femininas representam apenas 33% do total.
Styles, o ex-One Direction, tem quatro nomeações. É, a par do duo – feminino – da ilha de Wight Wet Leg, que conta com o mesmo número de nomeações, o artista mais nomeado. Ambos os nomes estão nomeados para álbum do ano, a par de Fred Again, The 1975 e Stormzy. As Wet Leg, autoras de Chaise Longue que também concorrem por melhor novo artista, defrontando Kojey Radical, Mimi Webb, Rina Sawayama e Sam Ryder, grupo do ano e artista de rock/alternativo do ano, vão actuar na cerimónia.
Há também nomeações para Smith. A primeira é para canção do ano, por Unholy, a sua colaboração com a estrela pop alemã Kim Petras. Vão ambos actuar na cerimónia e, nessa categoria, competem com nomes que, além de Styles, incluem Aitch e Ashanti, Cat Burns, Dave, Ed Sheeran com Elton John, Eliza Rose com Interplantary Criminal, George Ezra, Lewis Capaldi e LF System. A segunda é para artista pop/r&b do ano, categoria em que compete com Styles, Cat Burns, Charli XCX e Dua Lipa.
Do outro lado do Atlântico, os Grammys apresentam mais alguma paridade. Em Novembro do ano passado, Harvey Mason, Jr., CEO da Recording Academy, que organiza os prémios, gabava-se à Billboard de ter, nas quatro categorias principais para 2023, em nomeações que foram anunciadas nesse mês, quase 50% de paridade de género.