Casos de urgência hospitalar diminuem e aumenta procura dos centros de saúde

Na primeira semana do ano foram registados 110.437 episódios de urgência hospitalar por todas as causas, menos 11,4% face à semana anterior.

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Foi também observada uma redução da proporção do número de urgências por síndrome gripal Nuno Ferreira Santos

Os episódios de urgência hospitalar diminuíram 11,4% na primeira semana do ano, comparando com a semana anterior, enquanto as consultas médicas nos cuidados de saúde primários aumentaram 45,6%, segundo dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde.

O relatório “Resposta sazonal em saúde – Vigilância e Monitorização”, indica que foram registados na semana de 2 a 8 de Janeiro, 110.437 episódios de urgência hospitalar por todas as causas, menos 11,4% face à semana passada.

Neste período também foi observada uma redução da proporção do número de urgências por síndrome gripal (653 episódios, menos 32,1% face à semana anterior) e os casos com destino a internamento corresponderam a 6,7%, com uma tendência decrescente.

O relatório refere que a proporção de episódios por síndrome gripal diminuiu nos adultos e idosos, acrescentando que o grupo etário entre os 19 e 59 anos correspondeu a 41,7% dos casos.

“Quando comparado com as épocas de actividade gripal anteriores, observou-se um aumento mais precoce do número de episódios de urgência por síndrome gripal, no entanto inferior ao verificado nas épocas anteriores a 2020”, refere a DGS.

A nível nacional, observou-se um aumento da média móvel a sete dias da ocupação de camas em enfermaria por todas as causas (79%) e da média móvel a sete dias da ocupação de camas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) por todas as causas (71%).

Neste período, foi registado um aumento da proporção de doentes com diagnóstico de gripe admitidos em UCI (3,2%), reportados pela Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em UCI.

“Desde o início da época, a maioria dos casos de gripe em UCI correspondeu ao grupo etário com 65 ou mais anos e ao subtipo A(H3), quando subtipado, e apresentou doença crónica”, refere o documento.

No dia 8 de Janeiro, foram reportados 346 casos de internamento com covid-19 (menos 2% em relação à semana anterior), dos quais 37 encontravam-se internados em UCI (mais 6%), um valor que corresponde a 14,5% do nível de alerta de 255 camas de cuidados intensivos ocupadas.

Sobre a procura dos cuidados de saúde primários no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o relatório aponta um aumento de 45,6% das consultas médicas por todas as causas, totalizando 718.301, e uma diminuição da proporção de consultas por síndrome gripal e por infecção respiratória aguda.

Na primeira semana do ano, também foi registada uma redução do número total de atendimentos triados pelo SNS24, que somaram 22.465, menos 19,6% em relação à semana anterior.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) recebeu neste período 29.163 chamadas, mais 0,3% relativamente à semana anterior, mas registou uma diminuição do número de ocorrências (27.985 ocorrências, menos 0,4%).

Segundo os dados, o número de accionamentos dos meios de emergência médica aumentou 0,3%, totalizando 27.642 accionamentos.

Na primeira semana do ano, foram emitidos 2751 certificados de óbito, indica a DGS, sublinhando que “a mortalidade geral esteve de acordo com o esperado ao nível nacional, embora se tenha observado um excesso de mortalidade na região Norte e no grupo etário com 75 e mais anos”.

A mortalidade específica por covid-19 apresentou uma tendência estável, abaixo do limiar recomendado pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção da Doença (20 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes).