Peru com turismo em stand by: crise leva a cancelamentos em massa

Sector do turismo no Peru enfrenta vaga de cancelamentos devidos aos protestos nas ruas.

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O serviço de comboio para Machu Picchu, principal atracção turística do país, foi suspenso e mais de 2000 turistas retirados EPA/Ernesto Arias

O sector do turismo tem sido um dos mais afectados pelas últimas semanas de protestos violentos nas ruas do Peru, depois da deposição e detenção do presidente Pedro Castilho, sublinha o ministro de Comércio Externo e Turismo do Peru.

“Esperávamos mesmo que o turismo arrancasse este ano”, afirmava o ministro Luis Fernando Helguero em entrevista ao Canal N, estação de televisão local, na noite de quarta-feira. “O pior são os cancelamentos no primeiro semestre, algo em torno de 50% a 60%.”

“Alguns (turistas) estão à espera, outros infelizmente já podem ter escolhido outros destinos”, acrescentava Helguero, sublinhando que o governo, em coordenação com os operadores turísticos, irá trabalhar para restaurar o interesse turístico no país.

De acordo com a estimativa mais recente da Associação de Hotéis, Restaurantes e Associados (AHORA PERU), eram esperados cerca de 3,5 milhões de turistas este ano no Peru.

Desde o início dos protestos, após a deposição de Pedro Castillo a 7 de Dezembro, que tentou dissolver ilegalmente o congresso e foi depois detido, já morreram mais de duas dezenas de pessoas devido a confrontos e a acidentes relacionados com bloqueios de estradas.

Os manifestantes exigiam a renúncia da nova presidente, Dina Boluarte, o encerramento do congresso, uma reforma constitucional e a libertação de Castillo.

Depois de duas semanas mais calmas, devido à quadra festiva, os protestos voltaram a subir de tom. No início da quinta-feira, os manifestantes bloquearam um trecho da rodovia costeira principal do Peru, forçando dezenas de reboques de carga a estacionar ao longo da berma, mostrava a televisão local.

Entretanto, o serviço de comboio para Machu Picchu, principal atracção turística do país, tinha sido suspenso, com a retirada de mais de 2000 turistas da área na terça-feira, de acordo com o Ministério do Turismo. Em meados de Dezembro, 41 portugueses continuavam retidos no país.