Covid-19: nova subvariante XBB.1.5 é a “mais transmissível até agora”
A Organização Mundial da Saúde também assegurou que as subvariantes que circulam na China não são novas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou esta quarta-feira estar a avaliar o risco da nova subvariante XBB.1.5 do coronavírus da covid-19, que se está a propagar rapidamente em vários países e pode ser mais transmissível.
O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em videoconferência de imprensa que a organização "está a acompanhar de perto e a avaliar o risco" desta subvariante, que "se propaga rapidamente", e "informará de acordo" com os novos dados que forem obtidos.
Esta subvariante da Ómicron resulta de uma recombinação de duas sublinhagens BA.2 e surgiu em Nova Iorque, no final de Outubro do ano passado. Nos Estados Unidos representa já mais de 40% dos casos de covid-19, tendo chegado, entretanto, a mais 28 países, incluindo o Reino Unido.
Segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos, esta subvariante "pode ser mais transmissível", embora se desconheça ainda se terá efeitos "mais graves".
A líder técnica da OMS na resposta à covid-19, Maria Van Kerkhove, foi mais longe e afirmou esta quarta-feira, na videoconferência de imprensa, citada pela agência AFP, que a XBB.1.5 "é a subvariante mais transmissível detectada até agora".
O Grupo Consultivo Técnico da OMS sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 mencionou, em comunicado, que está a avaliar o "aumento rápido da proporção" da subvariante nos Estados Unidos e noutros países.
Subvariantes a circular na China não são novas, diz OMS
Quanto à China, a OMS assegurou esta quarta-feira que as subvariantes que dominam no país, onde explodiram os casos de covid-19, são conhecidas e já circulavam noutros países.
Em comunicado, o mesmo grupo consultivo refere que as subvariantes BA.5.2 e BF.7 da variante Ómicron do SARS-CoV-2 predominam no país, contribuindo, juntas, para 97,5% das infecções adquiridas localmente.
De acordo com a OMS, estas subvariantes "são conhecidas" e "têm circulado noutros países", sendo que, à data, "nenhuma nova variante" do coronavírus "foi reportada pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da China".
Os dados comunicados na terça-feira pela China ao grupo consultivo da OMS e que suportam as infecções adquiridas no país baseiam-se em mais de dois mil genomas (informação genética) recolhidos e sequenciados a partir de 1 Dezembro de 2022.
A OMS, que há duas semanas renovara o apelo à China para partilhar dados, adianta que, até terça-feira, 773 sequências genéticas do SARS-CoV-2 com origem no país foram submetidas no repositório de dados público Gisaid, sendo que a maioria (564) foi recolhida após 1 de Dezembro.
Entre a maioria das sequências genéticas tornadas públicas, 95 correspondem a infecções adquiridas localmente na China e 187 a casos importados, não havendo informação sobre as restantes.
As subvariantes BA.5.2 e BF.7 da variante Ómicron foram detectadas em 95% das infecções locais, o que, segundo o Grupo Consultivo Técnico da OMS sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2, "está de acordo com os genomas de viajantes da China enviados ao banco de dados Gisaid por outros países".
A OMS reforça que "nenhuma nova variante ou mutação de significado conhecido é observada nos dados de sequenciação disponíveis publicamente".
O grupo consultivo da Organização Mundial da Saúde reitera "a importância de análises adicionais e da partilha de dados de sequenciação" genética para compreender a evolução do coronavírus que causa a covid-19 e "o aparecimento de mutações ou variantes preocupantes".
No comunicado, a OMS indica que continuará a acompanhar "de perto" a situação na China e no mundo e insta "todos os países a manterem-se vigilantes, a monitorizarem e reportarem sequências" genéticas do coronavírus, bem como "a realizarem análises independentes e comparativas" das diferentes subvariantes da variante Ómicron, incluindo sobre "a gravidade da doença que causam".