PS reage a saída de Pedro Nuno Santos da direcção: “Não é dispensável”

João Torres afirma que o ex-ministro “não sai do Governo em ruptura com o Governo” e agradece a “dedicação”. A questão da sucessão de António Costa “ainda não se coloca”, diz o seu número dois no PS.

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Joao Torres é deputado do PS e secretario-geral adjunto do Partido Socialista Nuno Ferreira Santos

É a primeira reacção oficial à saída de Pedro Nuno Santos do secretariado do PS, o principal órgão de aconselhamento político do líder socialista. João Torres, secretário-geral adjunto do PS, afirma que o partido "está agradecido por todo o contributo que tem dado e no PS não há naturalmente pessoas dispensáveis".

"Continuamos a contar com Pedro Nuno Santos, é um militante importante do PS. O PS sempre foi um espaço de grande liberdade e pluralidade. Isso ao longo da história sempre fortaleceu o PS", acrescentou em entrevista ao PÚBLICO e à Renascença. João Torres sublinhou, porém, que a questão da sucessão de António Costa "ainda não se coloca".

Pedro Nuno Santos "está orgulhoso pelo trabalho que desempenhou enquanto membro de sucessivos governos liderados por António Costa. Foi uma peça decisiva no encontro de soluções políticas e de políticas públicas que ajudaram o país a virar a página da austeridade", disse, frisando que, enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e ministro das Infra-Estruturas "deixou em ambas as pastas que teve uma marca muito positiva e reconhecida pelos socialistas e pelos portugueses".

"Não tenho a mais pequena dúvida de que o PS poderá continuar a contar com o empenho, dedicação e a inteligência de Pedro Nuno Santos", insistiu. Segundo João Torres, o ex-ministro "não sai do Governo em ruptura com o Governo".

O PÚBLICO noticiou nesta manhã de quarta-feira que o ministro das Infra-estruturas Pedro Nuno Santos pediu ao primeiro-ministro para sair do secretariado nacional do PS, órgão de que faz parte desde que António Costa chegou ao poder.

Pedro Nuno Santos, que deixa esta quarta-feira de ser ministro depois de se ter demitido na semana passada na sequência do caso Alexandra Reis, não regressa já à Assembleia da República. Pediu também suspensão, por 30 dias, do seu mandato de deputado.

Alexandra Reis demitiu-se de secretária de Estado do Tesouro depois de ser público que recebeu uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em Fevereiro, por mútuo acordo. Foi depois disso nomeada para a presidência da NAV e a 2 de Dezembro entrou para o Governo. Pedro Nuno Santos, que tutela a TAP, garantiu que nunca soube dessa indemnização.

Com a demissão de Pedro Nuno Santos, António Costa optou por dividir o ministério em dois, autonomizando a Habitação. Promoveu dois "pedronunistas": João Galamba nas Infra-estruturas e Marina Gonçalves na Habitação.

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