Valença: “Esta derrocada vem tornar tudo muito mais urgente”

O impensável aconteceu: caiu parte da muralha de Valença. A autarquia diz que o restauro do monumento nacional será financiado pelo Estado, ao contrário do que adiantara a ministra Ana Abrunhosa.

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A muralha, monumento nacional desde 1928, é, juntamente com a fortaleza de Viana, Caminha e Monção, uma das quatro grandes fortalezas em que assentavam a defesa do noroeste portuguê
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Luísa Vilar, arqueóloga: “Nesta parte, a poente, não existia indicação de que o pano da muralha estaria em risco"

Olívio Nascimento só conheceu a vida dentro da fortaleza de Valença, concelho raiano do distrito de Viana do Castelo. A sua infância e adolescência foi passada a “brincar às guerras”, intramuros, porque, entre miúdos, houve sempre a “noção do que ali se viveu e lutou”. No domingo, primeiro dia do ano, Olívio, de 76 anos, viu algo que nunca imaginou: parte da muralha, em frente a sua casa, caiu. “Saí de casa por volta das 13h30 e quando voltei, perto das 18h, vi que não havia esta parte do muro”, refere, enquanto aponta para a extensão de cem metros da muralha secular que deslizou. “Fiquei doente, porque foi como se um familiar ou uma pessoa amiga tivessem morrido. Isto faz parte de todos os valencianos”, lamenta, de voz embargada.

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