Encontro fraternal e eficaz com Lula abriu portas para futuros encontros, diz Marcelo

O Presidente da República confirmou que Lula da Silva fará uma visita a Portugal de 22 a 25 de Abril para uma cimeira bilateral.

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa esteve reunido meia hora com Lula da Silva Reuters/RICARDO MORAES

O chefe de Estado português qualificou esta segunda-feira o seu encontro com o Presidente do Brasil, Lula da Silva, como "fraternal, muito rápido, mas muito eficaz" e considerou que abriu "portas para vários encontros no futuro próximo".

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no Palácio Itamaraty, em Brasília, no fim de um encontro que durou cerca de meia hora e começou mais de cinco horas depois do previsto devido à agenda intensa de reuniões bilaterais do recém-empossado Presidente do Brasil.

"Foi um encontro fraternal, muito rápido, mas muito eficaz. É assim, com a família é assim. Pelo menos comigo e com o Presidente Lula, não precisamos de muito tempo, tratamos as questões, que é uma dúzia, uma dezena fundamental de questões que tratámos", afirmou.

O Presidente português confirmou que Lula da Silva fará uma visita a Portugal de 22 a 25 de Abril deste ano para "assinalar a fraternidade luso-brasileira, o Dia da Liberdade em Portugal", para uma cimeira bilateral de governos e também para "a entrega do Prémio Camões a vários premiados, um dos quais Chico Buarque, que estava esperando há alguns anos"

"Esse foi o primeiro ponto que nós conseguimos desenvolver rapidamente. Segundo ponto: também tratámos da cooperação que se vai desenvolver no plano económico empresarial. Terceiro ponto, no plano daquilo que é hoje presente e será cada vez mais no futuro, do digital à energia", acrescentou. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, falou-se também de "outros níveis de cooperação política, diplomática" e do que "será a posição do Brasil em organizações internacionais onde também está Portugal".

O chefe de Estado, que tinha ao seu lado o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, reiterou a ideia de que a administração brasileira de Lula da Silva tem uma "nova visão multilateral". "É o regresso do Brasil em força ao mundo, numa linha que é uma linha muito portuguesa: que é entendermos que ser-se verdadeiramente patriota é ser-se ao mesmo tempo sempre universal. Isto só para vos dar a ideia do conjunto de temas vastos que tratámos abrindo portas para vários encontros no futuro próximo", concluiu.

Questionado sobre a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou que este é um tema sempre presente que preocupa Portugal e que "foi muito importante ouvir o Presidente Lula definir a política brasileira em matéria ambiental, ecológica, de desenvolvimento sustentável" na cerimónia de posse de domingo. No seu entender, "nos dois discursos do Presidente Lula houve muito, muito que aproxima o Brasil da União Europeia e, portanto, a União Europeia do Brasil".

Interrogado sobre o investimento português no Brasil, respondeu que "também se falou nisso" no encontro de hoje, assim como do investimento brasileiro em Portugal. Sobre a guerra na Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a presença na posse de Lula da Silva da vice-primeira-ministra ucraniana, que teve contactos com o Presidente do Brasil e também com Portugal.

"E eu penso que este tipo de encontros é importante apara se perceber aquilo que é fundamental em termos da Ucrânia: não é esquecer o que foram as causas do que aconteceu, é pensar no futuro e olhar para o futuro pensando nas pistas de solução desse futuro", considerou.

A Presidência da República Portuguesa divulgou inicialmente que o encontro com o Presidente do Brasil seria no Palácio de Planalto, mas todas as reuniões bilaterais de Lula da Silva hoje tiveram lugar no Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Ao longo do dia, antes de receber Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente brasileiro recebeu no Itamaraty o rei de Espanha e os presidentes da Bolívia, Guiné-Bissau, Argentina, Equador, Colômbia, o vice-presidente da China e o Presidente do Chile.