“Qatargate”: Parlamento Europeu quer levantar a imunidade a mais dois eurodeputados
Roberta Metsola não mencionou nomes, mas fontes judiciais afirmam que se trata dos eurodeputados Marc Tarabella e Andrea Cozzolino
O Parlamento Europeu anunciou esta segunda-feira que iniciou o processo de levantamento da imunidade a dois eurodeputados, a pedido das instâncias judiciais belgas que investigam o escândalo de corrupção envolvendo o Qatar.
Duas fontes próximas da investigação disseram à Reuters que os dois envolvidos são os parlamentares Marc Tarabella, belga, e Andrea Cozzolino, italiano.
“A pedido das autoridades judiciais belgas, abri um procedimento urgente para levantar a imunidade de dois membros do Parlamento Europeu”, disse no Twitter a presidente da câmara, Roberta Metsola.
“Não haverá impunidade. Nenhuma”, acrescentou.
O advogado de Tarabella, Maxim Toller, afirmou que o seu cliente é favorável ao levantamento da sua imunidade. O eurodeputado negou qualquer infracção, garantindo, em comunicado, que “não tem rigorosamente nada a esconder” e que “responderá a todas as perguntas dos investigadores”.
Cozzolino não atendeu aos esforços da Reuters para um comentário. No mês passado, disse a uma agência de notícias italiana que, na altura, não estava a ser investigado. “Não fui interrogado. Não fui alvo de buscas, nem o meu gabinete foi selado”, disse.
Em Dezembro, duas fontes com conhecimento directo da matéria disseram à Reuters que Francesco Giorgi, um dos principais suspeitos na investigação, juntamente com a sua companheira, agora ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, confessou que aceitava subornos do Qatar para influenciar as decisões do PE sobre o país.
De acordo com as fontes, Giorgi, assessor parlamentar na União Europeia, afirmou que suspeitava que Tarabella e Cozzolino tinham recebido dinheiro do Qatar. Kaili negou qualquer ilegalidade.
A Reuters não conseguiu saber se Giorgi apresentou alguma prova das suas alegações contra Tarabella e Cozzolino.
A 22 de Dezembro, um juiz belga determinou que Kaili deveria continuar detida preventivamente durante mais um mês enquanto prossegue a investigação ao caso de corrupção que envolve o país organizador do Mundial de futebol, o Qatar. Um dos maiores casos de corrupção na história das instituições europeias.
A eurodeputada grega é acusada de aceitar subornos do Qatar, mas já disse através do seu advogado que está inocente. Reuters