Funeral de Bento VXI realiza-se dia 5 de Janeiro sob o signo da “simplicidade”. Marcelo admite ir
A partir de 2 de Janeiro o corpo do Papa Bento XVI estará na Basílica de São Pedro e o funeral será realizado a 5 de Janeiro numa cerimónia presidida pelo Papa Francisco.
O funeral do Papa Bento XVI será realizado na próxima quinta-feira, dia 5 de Janeiro, e o velório do Papa emérito terá início já no segundo dia do Ano Novo.
De acordo com o porta-voz para a imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, o funeral do Papa emérito Bento XVI vai decorrer na próxima quinta-feira, 5 de Janeiro, na Praça de São Pedro, a partir das 9h30 locais.
Citado pelo Corrierre della Sera, Matteo Bruni adiantou que a cerimónia será presidida pelo Papa Francisco, na primeira vez em que o Papa em funções liderará as cerimónias fúnebres do respectivo antecessor.
O Vaticano informou ainda que já a partir da manhã desta segunda-feira 2 de Janeiro terá início o velório de Bento XVI, cujo corpo ficará em câmara ardente a partir desse dia na Basílica de São Pedro para que os fiéis se possam despedir do teólogo alemão.
As cerimónias fúnebres “serão solenes, mas sóbrias”, adiantou ainda o porta-voz do Vaticano, citado pelo La Stampa, que revelou ter sido o próprio Papa emérito a requerer que o funeral fosse realizado sob o signo da “simplicidade”. O Papa Bento VXI será enterrado numa cripta na Basílica de São Pedro, em Roma, anunciou o Vaticano.
Joseph Ratzinger morreu aos 95 anos na manhã deste sábado, no Mosteiro Mater Ecclesiae, na cidade do Vaticano, onde vivia desde que em Fevereiro de 2013 renunciou ao papado.
Marcelo aguarda posição da Santa Sé
O Presidente da República admitiu este sábado ir ao funeral do Papa emérito Bento XVI se o mesmo for alargado a mais chefes de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa aguarda a posição da Santa Sé.
Marcelo falava aos jornalistas num hotel de Brasília, onde se encontra para representar o Estado português na posse de Lula da Silva como Presidente do Brasil, no domingo. Interrogado se tenciona ir a Roma para o funeral de Bento XVI, o Presidente da República respondeu que "o Papa emérito queria uma cerimónia muito simples e não um grande funeral de Estado".
À partida, serão convidados os chefes de Estado da Alemanha, porque Joseph Ratzinger era alemão, e da Itália, pela relação da Santa Sé com a República Italiana, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o Presidente da República, "quanto aos demais chefes de Estado e em geral às representações está ainda a ver-se exactamente qual é a forma de compatibilizar a vontade do Papa emérito com o desejo de alguns de chefes de Estado ou de alguns países de se fazer representar ao nível mais elevado".
Marcelo disse que vai apurar a posição de outros chefes de Estado sobre este assunto, incluindo Felipe VI, de Espanha, e que aguarda "qual é sobretudo a posição da Santa Sé". "A minha posição é muito simples: se houver um alargamento do critério no sentido de outros chefes de Estado, nomeadamente alguns que nos são próximos, se deslocarem a Roma, eu irei a Roma, mas não tomarei nenhuma iniciativa sem ver exactamente o que resulta das diligências em curso", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa notou já ter transmitido ao Papa Francisco as condolências do Estado português pela morte do seu antecessor, Bento XVI, que descreveu como "um filósofo, um teólogo, um pensador, um intelectual, um homem da doutrina" que teve um pontifício "de transição entre duas épocas".
Joseph Ratzinger foi "muito próximo" de João Paulo II e depois como Papa emérito acompanhou "à distância" o seu sucessor, mencionou. Segundo o Presidente da República, "o diálogo entre a fé e a cultura, a fé e a ciência foi talvez a faceta mais criativa do seu curto, muito breve pontificado", entre 2005 a 2013.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou a visita de Bento XVI a Portugal, em 2010, como "uma visita excepcional, diversa do padrão normal daquilo que foi o seu pontificado", e destacou o seu "encontro com o mundo da cultura", com a presença do cineasta português Manoel de Oliveira.
"Foi muito tocante para quem assistiu a esse momento, o que era fundamental para o Papa e era fundamental para o mundo da cultura, quer o católico, quer o não católico: procurar pontes de diálogo num mundo em transição entre a fé e a razão", considerou.
Notícia actualizada com declarações do Presidente da República