Informática dos cuidados de saúde primários vai ser renovada

“Pode significar, por exemplo, alguns profissionais ficarem com equipamentos que estavam a ser usados por outros colegas”, esclarece presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

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O projecto será financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência Rui Gaudencio

A renovação e modernização do parque informático afecto aos cuidados de saúde primários vai arrancar no próximo ano, num investimento a rondar os 7,5 milhões de euros, beneficiando quase 30 mil profissionais de saúde, foi revelado esta quarta-feira.

À margem de uma sessão em Évora, o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, afirmou aos jornalistas que este projecto, que envolve "a renovação e a modernização dos equipamentos dos profissionais de saúde nos cuidados primários, nunca será inferior a 7,5 milhões".

"Vivemos tempos de alguma instabilidade do ponto de vista dos preços e, portanto, é algo que poderá ser aqui uma condicionante relativamente ao valor final", admitiu, mas a "expectativa é ser um investimento que nunca será inferior a 7,5 milhões de euros". Luís Goes Pinheiro falava aos jornalistas à margem do terceiro encontro das eHealth Sessions, que decorreu no Palácio de D. Manuel, na cidade alentejana, no qual foi apresentado o Plano para Modernização dos Postos de Trabalho dos Profissionais de Saúde.

Segundo o mesmo responsável, os SPMS estão, actualmente, "a finalizar o processo de avaliação das existências" dos equipamentos informáticos. "E a perceber até que ponto é que alguns dos equipamentos, ainda que não sejam passíveis de ser totalmente transferidos, [podem] ser reutilizados com alguns upgrades", acrescentou.

Os SPMS pretendem, com este projecto, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência abranger "a totalidade dos profissionais dos cuidados de saúde primários", ou seja, "muito próximo dos 30 mil profissionais". Em alguns casos, isso pode significar "terem equipamentos novos, de outro perfil", mas, noutros casos, "pode significar, por exemplo, ficarem com equipamentos que estavam a ser usados por outros colegas", indicou.

"Este é um projecto absolutamente essencial para um conjunto vasto de objectivos, desde logo para elevar o desempenho dos próprios sistemas de informação" e, por essa via, conseguir "um aumento da produtividade dos profissionais", precisou o mesmo dirigente.

O plano visa ainda "elevar a segurança", porque o projecto não passa apenas pela aquisição de equipamentos, mas também "pela modernização e pela centralização da gestão desses mesmos equipamentos". "E, depois, também não escondemos, tem um aspecto muito relevante de elevação da auto-estima dos profissionais que, sendo também acarinhados por esta via, havendo mais atenção aos seus instrumentos de trabalho, também estarão mais disponíveis para a gestão da mudança necessária quando estamos a mudar os sistemas de informação", acrescentou.

A modernização, "que se pretende estar concluída até 2024", tem como primeira fase os cuidados primários, mas "o passo seguinte" será renovar e modernizar o parque informático dos hospitais, disse Goes Pinheiro.