Região de Kherson bombardeada mais de 60 vezes pela Rússia
Principais combates estão localizados no Donbass, em torno das cidades de Bakhmut e Avdiivka.
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A Rússia bombardeou a província de Kherson mais de 60 vezes só esta sexta-feira, de acordo com as autoridades locais, matando pelo menos dois civis. No entanto, as batalhas mais intensas continuam a decorrer no Donbass, que se mantém como o principal objectivo militar de Moscovo, dez meses depois de iniciada a invasão.
Mais de metade dos mísseis disparados pela Rússia ao longo do dia atingiram a cidade de Kherson, a única capital provincial que chegou a ser ocupada pelas forças russas no início da guerra, mas que no mês passado regressou ao controlo ucraniano. Os batalhões russo e ucraniano nesta região estão separados apenas pelo rio Dnieper desde então.
O foco mais intenso de combates está, no entanto, a leste, sobretudo junto das cidades de Bakhmut e Avdiivka, na região de Donetsk, que Moscovo quer passar a controlar na totalidade. O Estado-Maior do Exército ucraniano disse ter repelido 19 ataques nas últimas 24 horas em outras três regiões do Leste (Sumi, Kharkiv e Lugansk). Kiev diz também ter encontrado indícios de que as forças russas montaram um hospital de campanha em Berdiansk, na região de Zaporijjia, e que estão a converter antigas unidades hoteleiras em quartéis.
As autoridades ucranianas também dizem que as forças russas estão a reforçar posições defensivas na península da Crimeia, região anexada em 2014, por temerem um contra-ataque de Kiev.
Em Melitopol, cidade ocupada pela Rússia no Sudeste ucraniano, a explosão de um carro armadilhado feriu duas pessoas. O incidente foi descrito pelas autoridades militares russas como um “ataque terrorista” levado a cabo por “militantes do regime de Kiev”.
Com o conflito a entrar no 11.º mês, o Kremlin acredita ter feito progressos apreciáveis no objectivo de “desmilitarizar” a Ucrânia, disse o porta-voz Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa esta sexta-feira. A desmilitarização da Ucrânia, bem como a chamada “desnazificação”, foi um dos objectivos declarados por Vladimir Putin quando lançou a invasão a 24 de Fevereiro.
Um dia depois de os EUA terem acusado a Coreia de Norte de estar a fornecer armamento ao Grupo Wagner, a empresa de segurança privada que actua na Ucrânia ao serviço do Kremlin, um dos conselheiros presidenciais de Volodymyr Zelensky exigiu que os apoiantes da Rússia sejam responsabilizados. Mikhailo Podoliak referiu especificamente a Coreia do Norte, o Irão e a Bielorrússia como “aliados confirmados legal e factualmente” da Rússia.
A Coreia do Norte rejeitou as acusações de venda de armamento ao Grupo Wagner e o Irão também disse não ter vendido drones à Rússia desde o início da invasão.