Preços das casas sobem 13% no terceiro trimestre, mas vendas recuam

No terceiro trimestre, venderam-se 42.223 casas em Portugal, menos 2,8% do que no ano passado. Mesmo assim, o montante total transaccionado aumentou quase 10%, à boleia da subida dos preços.

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Preços das casas aumentaram 13,1% no terceiro trimestre de 2022 Miguel Manso

Os preços das casas mantiveram um ritmo de crescimento acelerado no terceiro trimestre deste ano, ao aumentarem mais de 13% pelo segundo trimestre consecutivo, mas o mercado abrandou neste período, com o número de casas vendidas a diminuir tanto em relação ao ano passado como face ao trimestre anterior. Já o preço médio de cada casa vendida está mais próximo dos 200 mil euros.

Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no terceiro trimestre de 2022, o índice de preços da habitação aumentou 13,1% em relação a igual período do ano passado, praticamente a mesma evolução que já tinha sido registada no trimestre anterior. Esta subida fica a dever-se tanto às habitações já existentes como às novas, que registaram aumentos de preços de 14,7% e de 8,4%, respectivamente.

Com este aumento, a taxa de variação média anual do índice de preços da habitação fixou-se, assim, em 12,7% no terceiro trimestre de 2022, valor que representa um novo máximo desde que esta série estatística foi iniciada pelo INE, em 2009.

Ainda assim, o aumento dos preços registou-se num período em que o mercado sofreu uma contracção. No terceiro trimestre, foram transaccionadas 42.223 habitações em Portugal, menos 2,8% do que em igual período do ano passado. Esta é a primeira vez que se regista uma redução homóloga no número de vendas de casas desde o início de 2021.

Por outro lado, o crescimento dos preços foi suficiente para compensar a quebra de vendas e o montante total transaccionado voltou a aumentar, ascendendo a 8051 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 9,6% do que em igual período do ano passado. Este valor representa, ainda assim, uma queda de 3% em relação ao valor transaccionado no segundo trimestre deste ano.

Assim, entre Janeiro e Setembro deste ano, foram vendidas 129.374 casas em Portugal, por um valor total superior a 24.420 milhões de euros, números que correspondem a aumentos de 8% e 23%, respectivamente, em relação ao que foi registado no mesmo período do ano passado.

Considerando o número de casas vendidas e o montante total transaccionado no conjunto dos nove primeiros meses deste ano, o preço médio de cada casa vendida fixou-se, assim, em 188,8 mil euros, um aumento superior a 13% em relação aos 165,9 mil euros que se verificavam no ano passado.

Estrangeiros valem mais de 10% do mercado

No período em análise, os compradores estrangeiros voltaram a ganhar peso no mercado imobiliário nacional e, por esta altura, já respondem por mais de 10% do montante total transaccionado, tendo sido responsáveis por 6% das compras de habitação este ano.

Entre Janeiro e Setembro deste ano, os cidadãos com domicílio fiscal no estrangeiro compraram 8106 casas em Portugal, por um montante global de 2758 milhões de euros, o equivalente a 6,3% do número total de casas vendidas e a 11,3% do valor transaccionado no mercado como um todo.

Estes números representam um reforço em relação ao ano passado, quando, no mesmo período, os estrangeiros respondiam por 4,7% das casas vendidas e 8,8% do montante total transaccionado.

Ao mesmo tempo que estão a comprar mais casas em Portugal, os estrangeiros também estão a pagar mais pelas mesmas em Portugal. Considerando o montante transaccionado e o número de aquisições, cada casa comprada por um estrangeiro teve um preço médio superior a 340 mil euros, valor que fica mais de 80% acima da média paga a nível global. Considerando apenas os cidadãos nacionais, a discrepância é ainda mais acentuada: este ano, o valor médio pago por cidadãos com domicílio fiscal em território nacional é de 178,6 mil euros.

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