Certificados de aforro atraíram 1764 milhões em Novembro, a maior subida mensal desde 2017
Em Outubro, o saldo aumentou 1689 milhões de euros. Subida da taxa de juro explica maior atractividade do produto do Estado face aos depósitos tradicionais.
O valor aplicado em certificados de aforro (CA) atingiu em Novembro 17.709 milhões de euros, com a entrada de 1764 milhões de euros de novas subscrições, segundo dados do Boletim Estatístico do IGCP, a agência que gere a dívida pública. Com apenas 75 milhões de resgates, o aumento do stock no mês passado é o maior desde 2017.
Em Outubro, já se tinha verificado um aumento substancial de novas entradas de dinheiro no produto do Estado, na ordem dos 1487 milhões de euros.
A aposta dos aforradores nos CA é explicada pela forte subida da Euribor a três meses, taxa utilizada no cálculo da remuneração dos CA, juntamente como prémio fixo de 1%.
A contrastar com a remuneração média dos novos depósitos a prazo, que subiu de 0,05% em Setembro para 0,24% em Outubro, a taxa de subscrição daquele produto para o corrente mês de Dezembro é de 2,842%, devendo subir substancialmente em Janeiro, tendo em conta a evolução da Euribor a três meses. Isto se, entretanto, o Governo não fizer aprovar alguma alteração, como já aconteceu no passado quando os produtos atingiram rentabilidades muito superiores ao expectável.
De acordo com as regras em vigor, a taxa-base dos CA não pode ultrapassar os 3,5%. Mas a esse valor poderão acrescer ainda outros prémios de permanência ao longo dos dez anos de vida do produto, que são de 0,5% no início do 2.º ano e até ao final do 5.º ano, e de 1% do início do 6.º ano até ao final do 10.º ano.
O stock dos CA em Novembro apresentava um aumento de 41,7% face aos 12.490 milhões de euros registados no final de Dezembro do ano passado.
Porque a remuneração é inferior, os certificados do Tesouro (CT) têm registado um acréscimo modesto de novas subscrições. De acordo com o Boletim Mensal do IGCP, em Novembro entraram 23 milhões de euros e saíram 298 milhões de euros. Grande parte das saídas fica a dever-se ao fim da maturidade de parte de séries anteriores.
Devido à menor procura e ao vencimento de prazos, o montante acumulado nos CT caiu de 17.849 milhões de euros no final de Dezembro de 2021 para 15.554 milhões de euros em Novembro.
Os novos Certificados do Tesouro Poupança Valor (CTPV), os únicos a aceitar subscrições, garantem uma taxa de juro média de 1% durante sete anos, a que pode acrescer, a partir do terceiro ano, um prémio em função do crescimento médio real do produto interno bruto, mas limitado a 1,5%.
No total, no final do mês passado, os particulares tinham 33.263 milhões de euros aplicados nos produtos de dívida do Estado.