Narrativas e personagens: tão salvíficas quanto dispensáveis
Exílios, colonialismo, circunstâncias históricas a moldar vidas e a enfiar gente em limbos dos quais não conseguem ou não querem sair.
Quis o acaso que esta lista fosse encabeçada por dois espectáculos em sentidos opostos. E por dois discursos, relativamente àquilo que interessa aos seus autores colocar num palco de teatro, que não podiam estar mais distantes. Em entrevistas publicadas este ano no Ípsilon, a) Caroline Guiela Nguyen dizia-se salva pelo cinema, o meio que lhe permitiu concluir o quanto precisa de personagens e de narrativas na sua criação; b) Bob Wilson lembrava que, no início do seu percurso, os palcos estavam entregues ao naturalismo e toda a sua carreira viria a constituir uma reacção a esse modelo, defendendo o poder da ilusão e respondendo ao aborrecimento que sempre sentiu diante de manifestações de possível equivalência entre os espectáculos e a vida — não sendo a mesma coisa, dizia, não deviam buscar sê-lo.
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