António Costa pede “desculpa” por “aparte irritado” sobre Carlos Moedas
“Estava cheio de sono depois de 14 horas de reunião”, justificou-se o primeiro-ministro após ter dito que devia ter sido Carlos Moedas a ligar-lhe porque o primeiro-ministro teve a sua casa inundada.
António Costa, primeiro-ministro, pediu na tarde esta sexta-feira “desculpa” pelo “aparte irritado” que fez relativamente a Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa. Referia-se ao momento em que disse que Carlos Moedas não lhe ligou "quando teve a sua casa inundada".
“Tive uma expressão infeliz ontem [quinta-feira] à noite, depois de 14 horas de reunião. Estava cheio de sono, fiz um aparte irritado que não devia ter feito. Peço desculpa”, disse esta sexta-feira aos jornalistas, em Lisboa.
António Costa referia-se às suas declarações de quinta-feira à noite, em Bruxelas, no final do Conselho Europeu, quando respondia a perguntas dos jornalistas sobre o facto de não ter contactado com a Câmara de Lisboa acerca das cheias verificadas nos últimos dias. “Eu posso-lhe perguntar porque é que ele [Carlos Moedas] não me telefonou a mim quando tive a minha casa inundada”, afirmou.
Questionado sobre a afirmação de António Costa, Carlos Moedas desvalorizou-a. “Não vamos levar isto para um caso pessoal, não quero que este caso crie mais irritação”, disse.
O comentário do primeiro-ministro surgiu na sequência de Carlos Moedas dar conta de que não havia recebido qualquer contacto do Governo por causa das cheias.
Esta sexta-feira, a TSF avançou que o apartamento de António Costa, num 3.º andar em Benfica, não teve qualquer inundação. Inundou-se apenas a garagem do prédio, onde o primeiro-ministro não tinha nenhum carro — garantiu o presidente daquela junta de freguesia, Ricardo Marques (PS) à TSF.
“Cada estilo é um estilo”
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, evitou comentar a polémica entre o presidente da Câmara de Lisboa e o primeiro-ministro. Enquanto acompanhava Carlos Moedas na sua visita à festa de Natal da Comunidade Vida e Paz, Marcelo afirmou que o assunto era "mediaticamente muito interessante", mas garantiu não ser "o fundamental".
“No que me toca, o contacto com o presidente da câmara, como com outros, foi permanente, foram dias muito difíceis”, afirmou, ressalvando que “cada estilo é um estilo”.
Carlos Moedas e o Presidente da República estiveram em vários locais de Lisboa afectados pelas inundações da madrugada de quinta-feira.