De Campo Maior a Santarém: o mau tempo também fez estragos fora de Lisboa

Inundações, colapsos de muros ou pontões, quedas de árvores e desalojados não foram um exclusivo da região de Lisboa e Vale do Tejo.

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O centro histórico de Campo Maior foi afectado pelo mau tempo LUSA/NUNO VEIGA

O mau tempo das últimas horas afectou várias regiões do país, além da Grande Lisboa, que inclui Amadora, Loures, Odivelas, Seixal, Sintra, Oeiras, entre outros concelhos. Em Évora, houve 36 inundações. Em Monforte, há estradas cortadas e muros colapsados. Em Campo Maior, há casas com água até ao tecto e vai ser accionado o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil. Além de Lisboa, Santarém, Portalegre, Évora e Setúbal foram os distritos mais afectados do continente.

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Aeroporto do Funchal Paulo Pimenta

Aterragens condicionadas na Madeira

As aterragens no Aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo, no Funchal, estão a sofrer alguns condicionamentos nesta terça-feira de manhã por causa do mau tempo.

Além da forte agitação marítima, o vento intenso (96km/h na zona do aeroporto e 125 km/h nas regiões montanhosas) está a colocar dificuldades nas chegadas e seis voos foram cancelados, de acordo com o Diário de Notícias da Madeira.

Todos os voos cancelados vinham ou iam para Lisboa. Houve ainda três aviões que foram desviados para outros destinos antes de aterrarem.

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Évora Paulo Pimenta

Porto afectado pelo mau tempo nas Flores

O porto das Lajes das Flores vai permanecer encerrado devido às condições meteorológicas nos Açores e até que seja realizada "uma breve inspecção", já que o local foi afectado pelo mau tempo, disse hoje à Lusa a autoridade marítima.

A infra-estrutura portuária está encerrada desde sábado à navegação, "devido ao mau tempo", mas a forte agitação marítima "fez com que fossem arremessadas", para o interior da baía do porto, "pedras que constituíam o antigo quebra-mar".

Inundações em Évora

Até às 11h30, a chuva intensa provocou 36 inundações no distrito de Évora, em vias públicas e habitações, tendo deixado quatro pessoas desalojadas no concelho de Estremoz (onde ocorreram 13 das 36 inundações), disse fonte da Protecção Civil à Lusa.

As quatro pessoas desalojadas, de acordo com o CDOS, residem no Monte da Balofa, na zona da União das Freguesias do Ameixial (Santa Vitória e São Bento), tendo “a casa chegado a ter um metro e meio de altura de água”. A casa ficou sem condições de habitabilidade e as quatro pessoas foram realojadas em casa de familiares, acrescentou a mesma fonte.

No distrito de Évora foram ainda registadas cinco quedas de árvores e dois movimentos de massa.

Água até ao tecto em Campo Maior

Em Campo Maior, a água dentro de algumas casas subiu mais de um metro e meio e chegou “quase até ao tecto”. Inundações em garagens e em vias públicas ou automóveis submersos são alguns dos danos que o mau tempo causou naquela região, de acordo com fonte camarária. Entretanto, as autoridades anunciaram que vai ser accionado o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil.

Contactada pela agência Lusa, a mesma fonte da Câmara de Campo Maior explicou que “caiu uma chuvada tremenda” na zona, o que provocou “muitas inundações” e levou ao encerramento de várias estradas. “Temos aqui zonas baixas da vila que estão completamente alagadas e estamos a tentar resolver agora a questão, andamos no terreno a resolver os problemas”, afirmou.

Para esta tarde está marcada “uma reunião de emergência do conselho municipal de protecção civil”, indicou a fonte da autarquia.

Na rede social Facebook circulam várias fotografias sobre as inundações na vila de Campo Maior, respeitando uma delas ao Largo da Alagoa, em que se vê um ‘mar’ de água barrenta, quase a chegar ao topo dos arcos das ruas e às varandas, com automóveis praticamente submersos.

“Esse é um largo em que a água chegou quase ao tecto das casas e há garagens completamente submersas. A coisa complicou-se esta noite, complicou-se bastante”, disse.

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Caos em Monforte

O mau tempo provocou também vários prejuízos no concelho de Monforte, segundo disse à Lusa o presidente do município, Gonçalo Lajem, que classificou a situação como “caótica”. “Em Monforte está uma situação absolutamente caótica desde as 4h. Nós temos várias estradas cortadas, vários colapsos de estradas, pontões e muros”, disse.

O autarca, que sublinhou que “não há vítimas nem desalojados”, indicou ainda que há registo de várias inundações em casas, nomeadamente nas freguesias rurais de Vaiamonte, Santo Aleixo e no lugar de Prazeres. “Há muitos prejuízos, vamos avaliar melhor nas próximas horas”, acrescentou.

Santarém: aumento dos caudais do Tejo

A Comissão Distrital de Protecção Civil de Santarém accionou o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, no nível Amarelo, devido ao "aumento considerável dos níveis hidrométricos e caudais do rio Tejo, especialmente nos provenientes de Espanha". Também as bacias do Douro, Mondego e Liz estão em nível Amarelo.

Em comunicado, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém refere que, desde as 00h de hoje, os caudais estão acima dos 2000 metros cúbicos por segundo (3000 em Almourol), havendo risco "muito significativo" de galgamento das margens do Tejo.

A subida do nível da água, devido à forte precipitação dos últimos dias em Portugal e Espanha, já levou à submersão de parte do parque de estacionamento de Constância, junto ao rio Zêzere, e do cais de Tancos, no concelho de Vila Nova da Barquinha.

O maior número de ocorrências devido à forte precipitação (inundações, quedas de árvores, desabamentos de terras) ocorreu no concelho de Coruche (14), seguindo-se Abrantes (11), num total de 87 ocorridas em 18 dos 21 concelhos do distrito de Santarém, as quais envolveram 275 operacionais e 107 viaturas.

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Corte de água na Marinha Grande

No distrito de Leiria, várias zonas da Marinha Grande estão sem água devido ao mau tempo. “Na sequência do mau tempo dos últimos dias, a Câmara Municipal informa que o abastecimento de água em alguns lugares da Marinha Grande, nomeadamente nas zonas de Picassinos e Comeira, está a ser afectado”, referiu a autarquia numa publicação na rede social Facebook.

O furo de captação localizado na Rua António Maria da Silva, em Picassinos, é o principal para o abastecimento de água naquelas zonas, mas, nos últimos dias, constatou-se que a sua coluna de revestimento “apresenta sinais de rotura interior, que está a originar água turva nestas zonas”.

“Tal situação obriga à paragem imediata deste furo de captação e activação de outro”, explicou o município, adiantando que, “para proceder de forma eficaz à renovação da água nas condutas, torna-se necessário proceder à interrupção temporária do abastecimento de água”.

A Câmara acrescentou estar empenhada “em conseguir retomar o normal abastecimento de água o mais rapidamente possível”, até ao final do dia de hoje.