EasyJet ultrapassou quatro concorrentes para ficar com slots da TAP
Além da companhia aérea britânica, concorreram a Eurowings e a Air Dolomiti, que foram logo afastadas, bem como a Ryanair e a Vuelling.
Os 18 slots (permissões para aterrar ou deslocar num determinado horário) de que a TAP teve de prescindir no aeroporto de Lisboa, e que acabaram nas mãos da EasyJet, foram disputados por mais quatro companhias aéreas: Ryanair, Vuelling, Eurowings e Air Dolomiti.
De acordo com o relatório agora divulgado pela Comissão Europeia, duas delas, a Air Dolomiti e a Eurowings, não chegaram sequer à fase final de avaliação, por não preencherem pelo menos um dos requisitos necessários: não ter ligações à TAP, não ter sido alvo de ajudas de Estado superiores a 250 milhões, ter licença para operar na União Europeia (UE) e comprometer-se a usar os slots até “ao fim do plano de reestruturação (final de 2025)”. As duas companhias aéreas pertencem ao grupo Lufthansa, que recebeu apoios públicos (entretanto já os devolveu) e, conforme referiu o comité formado para analisar este processo, faz parte do grupo Star Alliance, tal como a TAP.
Afastadas as subsidiárias do grupo alemão, o comité analisou então as três propostas restantes, tendo acabado por dar a vitória, depois sancionada pela Comissão Europeia, à EasyJet. A Vuelling (do grupo IAG, dono da Iberia e da Lufthansa) ficou em segundo lugar e a Ryanair em terceiro. De acordo com as regras estipuladas, o primeiro critério de desempate seria o da maior oferta de lugares de passageiros ligada aos 18 slots em causa, até ao final de 2025. Se necessário, a análise incidiria depois sobre quem apresentava o maior número de destinos directos.
Segundo o documento agora divulgado, não foi preciso chegar ao segundo critério, uma vez que a EasyJet apresentou desde logo uma oferta de lugares superior aos dois concorrentes, com a colocação de três aeronaves A321neo, cada uma com 235 lugares. Apesar de não divulgar o número de lugares dos concorrentes, a Comissão Europeia afirmou que a oferta da Ryanair ficou muito abaixo da da EasyJet e da Vuelling.
A perda de 18 slots diários da TAP foi um dos remédios impostos por Bruxelas para minorar impactos negativos do ponto de vista da concorrência no âmbito da concessão dos 3200 milhões de euros de ajuda pública que fazem parte do plano de reestruturação. De acordo com dados de Outubro da própria TAP, a companhia aérea detinha 53% de quota de mercado do aeroporto de Lisboa, e, conforme sublinha a Comissão Europeia, “nenhuma transportadora aérea se aproxima da TAP” nesse critério.
Graças a estes 18 slots, a EasyJet, liderada em Portugal por José Lopes, já afirmou que vai ultrapassar a Ryanair e dominar o segundo lugar no Aeroporto Humberto Delgado, onde é difícil crescer por estar já muito congestionado. A companhia aérea britânica anunciou diversas novas rotas, e passou a operar exclusivamente no terminal 1 do aeroporto, enquanto a Eurowins e a Vuelling passaram para o terminal 2.