Ministro reuniu-se com hospitais de Lisboa e Vale do Tejo para debater urgências
Objectivo foi fazer um ponto da situação do plano de Inverno, mas em cima da mesa estiveram também as dificuldades sentidas por várias unidades devido ao aumento das urgências gerais e pediátricas.
O ministro da Saúde reuniu-se nesta quarta-feira com os presidentes dos conselhos de administração e directores clínicos de todos os hospitais da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que têm serviço de urgência. O objectivo foi fazer um ponto da situação do plano de Inverno, mas em cima da mesa estiveram também as dificuldades sentidas por várias unidades devido ao aumento da procura pelas urgências gerais e pediátricas.
“A afluência aos serviços de urgência geral encontra-se neste momento acima do período homólogo de 2021, verificando-se um acréscimo no recurso à urgência pediátrica”, reconhece o Ministério da Saúde, numa nota em que fala de duas realidades. Por um lado, “um recurso elevado às urgências em situações não urgentes”. Por outro lado, “situações de maior complexidade clínica relacionadas com patologia crónica e com o envelhecimento da população, que motivam maior pressão sobre o internamento”.
“O Ministério da Saúde, a ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo], o INEM e os hospitais dialogaram sobre as estratégias de coordenação a nível regional que estão a implementar para melhorar a comunicação e a resposta aos cidadãos, o que passa por estreitar a relação entre unidades com mais proximidade geográfica e em que há vantagem em potenciar o funcionamento em rede com mais previsibilidade para os profissionais e para os utentes”, disse o ministério, que apelou a que a que as pessoas contactem primeiro o SNS24.
Ficou definido, de entre as várias medidas previstas no plano de Inverno apresentado pelo Ministério da Saúde, dar prioridade à agilização das equipas de gestão das vagas de internamento em cada hospital e “acelerar o trabalho com o sector social para resposta aos chamados internamentos sociais”. O ministro Manuel Pizarro já tinha anunciado a contratualização de 700 novas vagas com o sector social para responder aos utentes que já não precisam de cuidados clínicos, mas que se mantêm nos hospitais por não terem outra resposta.
Quantos aos cuidados de saúde primários, “está em curso o reforço dos atendimentos em horário alargado e complementar”. Actualmente, há um total de 176 centros de saúde a funcionar com horário alargado por todo o país. Está igualmente em curso a operacionalização da “via verde ACES” nos serviços de urgência, também anunciada pela secretária de Estado da Promoção da Saúde na apresentação do plano de Inverno.
Esta “via verde ACES” pretende dar uma alternativa aos doentes triados nas urgências com pulseiras verdes ou azuis (situações não urgentes), referenciando-os para os centros de saúde “com data e hora previamente definida (próximas 24 horas)”. Duas medidas “consideradas centrais pelas instituições presentes na reunião”, disse o ministério.