Jogadores portugueses em risco. O que diz a regra da FIFA?

Há quatro jogadores de Portugal em risco de falharem o jogo dos oitavos-de-final caso vejam cartões amarelos frente à Coreia do Sul. Fernando Santos deve protegê-los?

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Bruno Fernandes é um dos jogadores em risco de suspensão Reuters/MATTHEW CHILDS

Bruno Fernandes, Rúben Dias, João Félix e Rúben Neves podem receber, em breve, uma “folga” forçada. São os quatro jogadores de Portugal em risco de serem suspensos no Mundial 2022 por acumulação de cartões amarelos. Em rigor, também Danilo faz parte desse lote, mas o jogador do PSG não deve jogar mais neste Mundial.

Fernando Santos deve, portanto, resguardar os quatro jogadores frente à Coreia do Sul, para os ter nos oitavos-de-final? Ou deve colocá-los a jogar, já que os amarelos “limpam” para a fase a eliminar? As regras mudaram ao longo dos anos – e também entre as várias competições –, portanto vejamos o que está em vigor actualmente.

“Se um jogador receber duas advertências em dois jogos diferentes será automaticamente suspenso do jogo seguinte”, diz a FIFA. Até aqui, nada de surpreendente.

“Os cartões amarelos serão cancelados após os quartos-de-final”, pode ler-se também no regulamento da competição. E aqui está a chave de tudo isto.

Ao contrário do que aconteceu noutros anos (até ao Mundial 2010) e noutras provas, os cartões amarelos não “limpam” para o início da fase a eliminar, o que equivale a dizer que se a algum destes quatro jogadores for exibido um cartão amarelo frente à Coreia do Sul, esse jogador não estará nos “oitavos”.

E também os “quartos” estarão em risco, já que advertências acumuladas desde a primeira jornada até aos “oitavos” ainda contam para suspensões. Só após os quartos-de-final o registo disciplinar fica a zeros.

A ideia da FIFA em não “limpar” o registo antes dos “oitavos” é não beneficiar jogadores que prevariquem com frequência na fase de grupos.

Depois, o princípio de “limpar” antes da meia-final é não haver jogadores a poderem falhar uma eventual final com base em acumulação de cartões. No grande jogo, jogam todos – a FIFA faz questão de que assim seja.

Veredicto: numa decisão com base na avaliação das possíveis suspensões nada indica que Fernando Santos deva utilizar Neves, Félix, Dias e Fernandes, já que os amarelos não “limpam” para os oitavos-de-final. Se jogarem, será uma opção meramente técnica, com o risco associado a essa escolha.

Como curiosidade, Portugal, com cinco amarelos, faz parte do pelotão da frente em matéria de advertências, mas está longe do registo de 2006. A infame “batalha de Nuremberga”, com Valentin Ivanov no apito, teve 16 amarelos, oito deles para a selecção nacional. Ainda hoje esse jogo é o recordista de amarelos em Mundiais.

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