PSP deteve 802 pessoas e registou 13.285 queixas por violência doméstica este ano
Número de queixas pelo crime de violência doméstica representa um aumento de 6,3% comparado com a média dos cinco anos anteriores.
A PSP deteve este ano 802 pessoas por violência doméstica, mais 35% face à média dos últimos cinco, e registou 13.285 queixas, um aumento de 6,3%, tendo ainda apreendido 279 armas relacionadas com este crime.
Os dados da Polícia de Segurança Pública são divulgados por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala nesta sexta-feira.
Segundo a PSP, 13.285 queixas pelo crime de violência doméstica deram entrada naquela polícia desde o início do ano, um aumento de 6,3% comparado com a média dos cinco anos anteriores.
A PSP precisa que a violência psicológica é a mais denunciada, tendo representado no ano passado 96% das queixas, seguida da violência física, e que a maioria das vítimas (80%) são mulheres.
Aquela polícia dá também conta de que, entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro deste ano, foram detidas 802 pessoas por violência doméstica, mais 35% em comparação com a média dos últimos cinco anos.
A PSP avança igualmente que, até ao fim de Outubro, foram apreendidas 279 armas, 115 das quais brancas e 111 de fogo, esclarecendo que estas armas, ainda que não tenham sido empregues na concretização do crime, foram referenciadas na avaliação de risco realizada pela polícia e cautelarmente apreendidas.
De acordo com aquela força de segurança, estas armas são usualmente confiadas à PSP até conclusão da investigação criminal, sendo muitas delas destruídas.
Em comunicado, a PSP refere que “os comportamentos violentos, físicos, verbais ou psicológicos, que consubstanciam o crime de violência doméstica merecem constante atenção por parte da Polícia de Segurança Pública, numa lógica de prevenção, sinalização precoce, protecção das vítimas e permanente trabalho em rede com outras entidades relevantes nesta temática”.
Neste âmbito, a PSP destaca os polícias com formação específica em policiamento de proximidade e, em particular, no contexto da protecção das vítimas de violência doméstica, através das Equipas de Protecção à Vítima (EPAV).
Esta força de segurança indica também que, para “melhorar o acompanhamento destas vítimas”, criou as Estruturas de Atendimento Policial a Vítimas de Violência Doméstica (EAPVVD), existindo actualmente sete no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) e uma no Comando Metropolitano do Porto.
Em nove anos de funcionamento, o Gabinete de Atendimento e Informação à Vítima (GAIV) no Porto registou 8645 denúncias, tendo ainda efectuado mais de 20.000 atendimentos personalizados a vítimas deste crime.
Os sete espaços existentes no Cometlis receberam mais de 3000 denúncias só este ano.
No Comando Metropolitano de Lisboa, entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro, foram recebidas 5162 denúncias do crime de violência doméstica, cerca de 60% das quais foram registadas naqueles espaços.
A PSP alerta para a necessidade de as vítimas e testemunhas “manterem a disponibilidade de denúncia das situações de violência doméstica”, sublinhando que todas as situações sinalizadas são “de imediato alvo de avaliação de risco” para serem adoptadas, com “brevidade, as medidas de segurança de protecção da vítima”.