Fernando Santos e o código postal antes do Gana: “Meio caminho está andado”

Seleccionador destaca o espírito de união que se vive entre os jogadores portugueses e alerta para o equilíbrio a que se tem assistido na maioria dos jogos do Mundial.

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Fernando Santos LUSA/JOSE SENA GOULAO

Na véspera da estreia de Portugal no Campeonato do Mundo de 2022, Fernando Santos recorreu a uma metáfora para enaltecer o espírito de confiança que se vive na selecção por estes dias: "Confiamos em nós, no nosso trabalho, e, quando é assim, é como o código postal, como eu costumo dizer: ‘Meio caminho está andado'”, vincou, a propósito do embate de quinta-feira, com o Gana.

Numa conferência de imprensa em que, como sempre, o tema Cristiano Ronaldo veio à baila, o seleccionador nacional procurou encerrar de imediato o tema: "Não ouvi um único comentário sobre este assunto [a saída do jogador do Manchester United] no espaço de trabalho e de lazer conjunto. Não é tema, não é assunto, nem do próprio. Há um espírito fantástico, [os jogadores] estão convictos do que têm de fazer, sabendo o que os espera”.

Abraçando o desafio de “dar uma enorme alegria aos portugueses” ao longo da competição, mas sem traçar uma meta objectiva, Fernando Santos alertou para os méritos do Gana - “É uma equipa muito organizada e muito rápida nas transições” - e para a mudança do paradigma no futebol nos últimos anos.

“Basta ver o que aconteceu já na prova, com muitos jogos muito equilibrados. Hoje em dia, cada vez mais as equipas são muito fortes, a maior parte dos jogadores jogam em grandes campeonatos, habituados às questões tácticas, hoje já não há tanto essa diferença”, sublinhou, reforçado a ideia de que a palavra ‘nós’ é o íman agregador do grupo de trabalho.

Sobre a questão do uso de braçadeiras, por parte dos jogadores, a favor da diversidade e dos direitos humanos, o seleccionador de Portugal foi sucinto e evasivo. “Há questões que não têm a ver comigo, são questões burocráticas, da FIFA, de quem de direito. Eu sou um defensor intransigente dos direitos humanos”.

Com Bruno Fernandes ao lado - e o médio do United assegura que não falou com Ronaldo sobre o tema da rescisão de contrato -, Fernando Santos abordou também as últimas duas competições mais relevantes (Mundial 2018 e Euro 2020), argumentando que há quatro anos a indefinição em torno do futuro de “um grupo de jogadores” (aquando das rescisões no Sporting) acabou por provocar algum ruído e que, Europeu, a covid-19 também não ajudou.

Quanto ao “onze”, é - como sempre - quase um segredo de Estado. “Todos me dão garantias, cabe-me procurar exponenciar as suas características para que eles em campo se sintam mais confortáveis e, sem perderem a concentração, possam fazer um grande jogo”.

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