Charlotte Gainsbourg em estado de graça

Uma actriz em estado de graça chega e mais do que sobra para um filme que respeita (talvez em excesso) a voz de Marguerite Duras.

Gainsbourg é magnética na sua letargia felina
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Não é qualquer um que se arrisca a adaptar Marguerite Duras para o cinema, mas o francês Benoît Jacquot pode dar-se a esse luxo, tendo sido assistente da escritora e cineasta em Nathalie Granger e India Song. Talvez por isso esta versão cinematográfica da peça que Duras escreveu em 1968 recupere o ar rarefeito dos jogos narrativos da escritora, prolongue a ideia de limbo em que as suas palavras hipnóticas e envolventes nos projectam. Ainda por cima na voz sedutora de Charlotte Gainsbourg, que se entrega à sua personagem de esposa-troféu com uma fragilidade tocante, com uma presença quase fantasmagórica.

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