Portugal invade Times Square: Ronaldo em cera e o país em megavídeos no coração de Nova Iorque

Madame Tussauds estreou estátua em cera de Ronaldo e o Turismo de Portugal remata com invasão dos outdoors digitais do coração de Nova Iorque. Foi uma hora de paisagens portuguesas.

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Ronaldo chamou e a Times Square atendeu DR

Foi um take over, pelo menos durante uma hora. Mote da invasão: Close to US. Objectivo: seduzir os turistas americanos para as maravilhas de Portugal e criar uma onda mundial mediática. Epicentro: Times Square, Nova Iorque. Estrela global: Cristiano Ronaldo, ainda para mais aproveitando as poeiras da polémica, também em justa medida global, da entrevista do capitão da selecção portuguesa em vésperas de Mundial. Já para o Turismo, neste mundial da propaganda turística, este foi provavelmente mais um golo de Portugal, marcado na sexta-feira.

18h. Noite americana, como sempre milhares de passeantes, mil e um neóns, paredes-vídeo, outdoors digitais da Times Square a cintilarem frenéticos. Algumas destas luzes do marketing começam a mostrar Portugal e Madame Tussauds, que mesmo ali no seu recanto se prepara para estrear a estátua de cera de Cristiano Ronaldo em pose de gladiador do futebol. Que os jogos do novo “Plano de Promoção de Portugal nos Estados Unidos da América” (nome oficial) comecem.

Pelos vídeos passaram imagens de quase todas as regiões do país, com destaques para Lisboa e Sintra, Porto e Douro, Algarve, Alentejo, Açores e Madeira. Praias-maravilha, cenários naturais de sonho, muito sol, paisagens prontas a despertar paixões. O Turismo de Portugal já partilhou o vídeo onde se pode assistir a dez minutos de resumo do evento, que depois de minuto e meio de preliminares arranca, de facto, com uma chamada do futebolista. Ronaldo calling, atenda:

Close to US” ('perto de nós’ em trocadilho com US de United States, Estados Unidos) é o slogan rematado por todo o lado para conquistar este “mercado estratégico para o desenvolvimento da actividade turística nacional”, como explica o Turismo de Portugal. Assinale-se que as entradas de turistas made in USA não têm parado de subir praticamente em todas as regiões portuguesas e que 2022 é um ano de recordes em matéria de visitantes norte-americanos, com ligações familiares a Portugal ou não.

A celebrar a sua nova estátua de cera, Cristiano Ronaldo juntou as suas redes sociais ao coro da campanha: “Invadindo a Times Square com a minha nova estátua em cera e mostrando Portugal ao mundo!” é a mensagem (em inglês, no original) que acompanha o destaque à sua actuação do dia.

Nos megavídeos mostrou-se a “diversidade da oferta turística nacional”, tendo por “base” os “principais activos de Portugal enquanto destino turístico”. Mais directa ou subliminarmente, perpassa por tudo isto a “mensagem” de “que o turismo do futuro faz-se de maneira responsável e sustentável, contribuindo para um planeta melhor”. ​Não é uma fórmula inédita para a promoção do turismo português: já em 2018, “a” onda da Nazaré galgou a sala de cinema vivo que é a Times Square.

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Ronaldo de cera Brian Nevins/Madame Tussauds

A campanha cirúrgica, cujo orçamento não foi divulgado, foi lançada a tempo do Thanksgiving, a Semana de Acção de Graças, momento da grande reunião das famílias dos EUA, e a tempo de outro período especial, a Black Friday, momento da grande febre das compras (nos EUA e já em todo o mundo). Dois períodos que as análises do Turismo de Portugal consideram propícios para “uma maior predisposição para a marcação de viagens”.

Numa linguagem mais escritório e menos praça caótica de todos os filmes, diz-se que se trata da “activação da marca VisitPortugal” e entre as várias iniciativas há um mercado pop up com produtos de Portugal em Mount Vernon, também no estado de Nova Iorque. Aqui, a partir deste domingo, muitos negócios portugueses e de luso-descendentes vão oferecer desde tripas de Aveiro a enchidos, bijuteria, peças em croché ou mesmo produtos de papelaria moderna de inspiração portuguesa, noticia a Lusa. O mercado viajará depois para cidades como Mineola (com muita presença lusa), ainda no estado de Nova Iorque, e Newark, outro ponto nevrálgico da emigração portuguesa nos EUA.

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