Greve deixará escolas sem aulas e adiará consultas e cirurgias, antecipa Frente Comum
Frente Comum antecipa que a greve desta sexta-feira terá visibilidade sobretudo na saúde e na educação.
A Frente Comum, estrutura da CGTP que ficou fora do Acordo Plurianual de Valorização da Administração Pública, antecipa que a greve desta sexta-feira terá efeitos sobretudo nas áreas da saúde e da educação. Mas os comboios e o Metro Sul do Tejo, assim como os serviços de higiene urbana das autarquias, os serviços de atendimento ao público da Segurança Social e as repartições de finanças também terão perturbações.
Consultas e cirurgias não urgentes adiadas
A saúde será um dos sectores onde os efeitos da greve mais se farão sentir nesta sexta-feira, antecipa Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum. Além dos médicos, enfermeiros e auxiliares de acção médica, também entregaram pré-aviso de greve os técnicos de diagnóstico e terapêutica e os técnicos de emergência pré-hospitalar.
Isto vai traduzir-se em consultas e cirurgias não urgentes adiadas, apesar de os serviços mínimos estarem assegurados, assim como perturbações na realização de exames complementares de diagnóstico, nas farmácias hospitalares, nos serviços de fisioterapia ou de terapia da fala e ocupacional.
Além das questões salariais, os motivos para a greve são diferentes consoante a carreira. No pré-aviso decretado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), exige-se a renegociação da carreira médica e das grelhas salariais, a revisão da progressão na carreira e a redução do tempo normal de trabalho no serviço de urgência de 18 para 12 horas, assim como o redimensionamento da lista de utentes dos médicos de família.
No caso dos enfermeiros, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) agendou quatro dias de greve (17, 18, 22 e 23 de Novembro) para exigir a negociação da carreira de enfermagem de modo a repor o equilíbrio face à carreira de técnico superior.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica exigem que o Governo retome o processo negocial da revisão da carreira e a contabilização de todo o tempo de serviço e de contratos anteriores ao processo de transição para a carreira especial para efeitos de progressão e alteração de posição remuneratória. Além da paralisação nesta sexta-feira, está prevista a realização de uma greve às horas extraordinárias no final de Novembro.
Escolas fechadas ou sem aulas
Várias escolas, um pouco por todo o país, poderão estar encerradas ou funcionar com perturbações nesta sexta-feira, uma vez que o pré-aviso de greve abrange os auxiliares de acção educativa, os assistentes técnicos que trabalham nas secretarias, os professores dos vários níveis de ensino e os investigadores.
A “desvalorização salarial” face ao aumento da inflação é um dos motivos transversais para esta greve e, no caso dos professores, acresce a ausência de verbas no Orçamento do Estado para 2023 para a “justa contagem integral do tempo de serviço dos professores”, para acabar com as quotas que “constrangem a normal progressão na carreira” e para pôr fim à precariedade, como se lê no pré-aviso de greve da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Comboios e Metro Sul do Tejo com supressões
Os efeitos da greve também se farão sentir no sector dos transportes. A Infraestruturas de Portugal (IP) alertou para “penalizações ou eventuais supressões de comboios” entre esta sexta-feira e 29 de Novembro, devido à greve marcada por várias organizações sindicais.
A Lusa adianta que poder surgiu perturbações nos períodos das 7h às 8h e das 17h às 18h, podendo “ter repercussões ao longo do dia”.
Está também a decorrer uma greve na Metro Sul do Tejo, convocada pelo Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), que, segundo a empresa, deverá causas “fortes perturbações na circulação” nesta sexta-feira.
Perturbações na recolha de lixo e autarquias
Os serviços de recolha de lixo e de higiene urbana das autarquias darão o pontapé de saída da greve da função pública. O dirigente da Frente Comum Sebastião Santana estará nesta quinta-feira à noite no Estaleiro Municipal da Câmara Municipal da Amadora e antecipa uma elevada adesão em algumas autarquias.
Os serviços autárquicos, que empregam cerca de 131 mil trabalhadores, também serão afectados pela paralisação, sobretudo nas áreas de atendimento ao público.
Serviços de Segurança Social, de finanças e lojas do cidadão fechados
A Frente Comum antecipa também problemas nos serviços de atendimento ao público da Segurança Social, dos centros de emprego, das repartições de finanças e das lojas do cidadão.
Nas prisões, também se farão sentir os efeitos da greve, uma vez que a Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) entregou um pré-aviso a reclamar um novo estatuto profissional, o pagamento de suplementos e a abertura de concursos para todas as categorias.
A 21 de Novembro, haverá nova greve, mas em ambos os casos estão garantidos serviços mínimos.