Câmara de Lisboa quer pôr mais 1000 bicicletas Gira na rua em 2023

Proposta de orçamento municipal será apresentada esta terça-feira. Município quer abrir mais 20 estações Gira. Novos eléctricos chegam em Março, Abril para reforçar a carreira 15E.

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Rede Gira tem enfrentado alguns problemas Rui Gaudencio/Arquivo

Numa altura em que há várias queixas de falta de bicicletas da rede Gira nas estações, assim como veículos com problemas mecânicos e até sem bateria, a Câmara de Lisboa vai investir três milhões de euros “no reforço da rede Gira” em 2023. Essa será uma das medidas que constatarão na proposta de orçamento municipal para o próximo ano, que será apresentado esta terça-feira.

De acordo com informação avançada ao PÚBLICO pelo município, os três milhões de euros previstos para investimento nas Gira vão servir para reforçar a rede com mais 1000 bicicletas e mais 20 estações (como, de resto, está previsto todos os anos até 2025), para que as bicicletas passem a chegar a “todas as freguesias de Lisboa”.

Este investimento surge depois de um ano, em que foram apontadas ao sistema inúmeras deficiências, seja pela falta de bicicletas nas docas, problemas mecânicos e veículos eléctricos descarregados, fazendo com que muitas novas docas abrissem, mas estivessem frequentemente vazias – até problemas na própria aplicação móvel da Gira. A frota de bicicletas ronda as 1600. No entanto, nos últimos meses, o número de veículos disponíveis costuma ser cerca de metade desse valor.

O investimento surge também depois de o executivo ter aprovado, na semana passada, a gratuitidade das Gira, que deverá entrar em vigor no “primeiro trimestre de 2023” para os estudantes até aos 23 anos e os maiores de 65 anos de Lisboa, que já têm acesso ao passe de transportes grátis.

Esta medida, que surge enquadrada no pacote de medidas de combate à inflação aprovado em Setembro passado, será numa “primeira fase” para estas faixas etárias, mas a ideia é que venha a ser alargada à população que tenha residência fiscal no município.

Com a gratuitidade, é expectável que a utilização de bicicletas Gira vá aumentar. Por isso, apesar do investimento previsto, o município terá muito a fazer para corrigir todos os problemas que existem no serviço. Isso mesmo já reconheceu o vereador da Mobilidade, Ângelo Pereira, admitindo que os problemas na rede Gira são “reais”, sobretudo devido à falta de recursos humanos para fazer a manutenção das bicicletas e à dificuldade em adquirir material.

Os vereadores do PS, entre eles o anterior responsável pela Mobilidade, Miguel Gaspar, têm vindo a denunciar um “desinvestimento” no sistema das Gira. Olhando para o Plano de Actividades e Orçamento da EMEL (a empresa municipal que o gere), sob alçada do anterior executivo socialista, o investimento previsto para as Gira para 2022 rondava os 4,6 milhões de euros, enquanto o deste executivo ronda os dois milhões de euros.

Novos eléctricos chegam em Abril

Os 15 novos eléctricos articulados, cujo contrato para a sua construção foi assinado ainda no anterior mandato de Fernando Medina, em Abril de 2021, deverão começar a chegar entre Março e Abril, de acordo com o município. Estes eléctricos terão capacidade para 221 passageiros e destinam-se ao reforço da carreira 15E, que liga a Praça da Figueira a Algés.

Na altura, o município estimava um investimento de 43,3 milhões de euros. A câmara fala agora num investimento de 60 milhões, aos quais se juntam mais 109 para investir na renovação da frota de autocarros entre 2023 e 2026.

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