DGArtes: concursos de Artes Visuais e Programação apoiam menos de metade dos candidatos
Os dois concursos anunciados esta sexta-feira receberam 135 candidaturas, das quais 64 deverão vir a ser apoiadas. Nas áreas das artes plásticas, fotografia e arquitectura serão abrangidas apenas 21.
Sessenta e quatro entidades artísticas vão receber apoio financeiro do Programa de Apoio Sustentado 2023-2026 nas áreas das Artes Visuais e de Programação, segundo os resultados provisórios divulgados esta sexta-feira pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes).
Os dois concursos anunciados esta sexta-feira dizem respeito às áreas das Artes Visuais (em criação e programação) e à área de Programação (Artes Performativas, Cruzamento Disciplinar e Artes de Rua), tendo sido admitidas 135 candidaturas, das quais 64 — ou seja, menos de metade — devem receber financiamento.
Do total dos seis concursos de apoio sustentado às artes 2023-2026, com uma dotação de 148 milhões de euros, a DGArtes anunciou esta sexta-feira os resultados de dois — na semana passada tinha divulgado três —, tendo já comunicado o projecto de decisão às entidades admitidas e iniciado o período de audiência de interessados.
Em comunicado, que não revela a lista de entidades a apoiar porque os resultados não são ainda os finais, a DGArtes lembra que a dotação total de 148 milhões de euros deste novo ciclo representa um aumento de 79 milhões de euros face ao ciclo anterior.
“As entidades irão receber o valor integral correspondente ao patamar financeiro a que se candidataram, o que viabilizará o cumprimento do projecto artístico na sua plenitude”, sublinhou o organismo.
Segundo a DGArtes, no programa das Artes Visuais foram admitidas 45 candidaturas, somando as modalidades quadrienal e bienal, mas só 21 recebem apoio, nas áreas das Artes Plásticas, Fotografia, Arquitectura e Novos Media.
Na modalidade quadrienal (10,9 milhões de euros), foram admitidas 14 candidaturas e será atribuído apoio a 13. Na modalidade bienal (1,5 milhões de euros), foram acolhidas 31 candidaturas, mas a DGArtes propõe financiamento a oito.
Na área de Programação (Artes Performativas, Cruzamento Disciplinar e Artes de Rua), a DGArtes contabiliza 90 candidaturas admitidas, entre modalidades quadrienal e bienal, sendo proposto apoio a 43.
Verificando por modalidades, na quadrienal (27,7 milhões de euros), foram admitidas 36 candidaturas, das quais 30 recebem apoio, para projectos nas áreas da música, cruzamento disciplinar, teatro, dança e circo.
Na modalidade bienal (4,9 milhões de euros), das 54 candidaturas admitidas, é proposto um apoio a 13, nas áreas do cruzamento disciplinar, música e teatro.
Dos seis concursos dos apoios sustentados, estão ainda por divulgar os resultados da área do Teatro.
Na semana passada, a DGArtes revelou os resultados provisórios de três áreas, com a atribuição de apoio a 74 entidades artísticas em Dança; Música e Ópera; Cruzamento Disciplinar, Circo e Artes de Rua.
Na segunda-feira, a associação Plateia — Profissionais de Artes Cénicas alertou que, com “muito menos verbas nas modalidades bienais” dos concursos de apoio sustentado às artes 2023/2026, se “compromete o desenvolvimento das estruturas artísticas menos consolidadas”.
Dois dias depois, a Rede — Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea alertou para uma “enorme razia” nos resultados do concurso de apoio sustentado às artes 2023/2026 da área da Dança, na modalidade bienal.
Quando abriram as candidaturas em Maio, estes seis concursos do Programa de Apoio Sustentado tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros. Mas, em Setembro, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou que esse valor aumentaria para 148 milhões de euros. Assim, destacou na altura o governante, as entidades a serem apoiadas passam a receber a verba pedida e não apenas uma percentagem.