O Presidente-eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, vai participar na Cimeira do Clima das Nações Unidas, a COP27, que decorre entre 6 e 18 de Novembro, confirmou a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman.
O convite partiu do Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e Lula foi convidado a integrar a comitiva do Consórcio Amazónia Legal (formado pelos nove estados brasileiros da Amazónia), avançou o site Mídia Ninja. “O governador Waldez Goes [do estado de Amapá], que está a coordenar o consórcio, fez o convite para que [Lula] os acompanhasse”, disse Gleisi Hoffman. “Ele irá, mas ainda não sabemos em que datas.”
Acompanhe a COP27 no Azul
A Cimeira do Clima das Nações Unidas é o ponto mais alto da diplomacia em torno das alterações climáticas, onde os países discutem como travar as emissões de gases com efeito de estufa que causam o aquecimento global. Este ano é no Egipto, de 6 a 18 de Novembro. Acompanhe aqui a Cimeira do Clima.
Lula, eleito no domingo passado, não fará parte da delegação governamental brasileira à COP27. Ele só assumirá o cargo de Presidente da República a 1 de Janeiro de 2023. Entretanto, Jair Bolsonaro não é esperado em Sharm-el-Sheik.
Este convite surge quando o Observatório do Clima divulgou numa apresentação online que as emissões de gases com efeito de estufa subiram mais de 12% em 2021, em grande parte devido às desflorestação da Amazónia, que aumentou muito durante o mandato do Presidente Bolsonaro, de extrema-direita. O Brasil, que tem 60% do território da Amazónia, é o quinto maior emissor de gases com efeito de estufa por causa da desflorestação, da agricultura intensiva e outras práticas agrícolas como a pecuária.
De acordo com o projecto de monitorização das emissões desta organização não governamental, desde 2005 que o Brasil não emitia tantos gases com efeito de estufa, relata a agência Reuters: segundo os dados do Observatório do Clima, em 2021 o Brasil emitiu 2400 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, tendo em 2020 emitido 2160 milhões de toneladas (a métrica do carbono equivalente é utilizada para comparar as emissões de vários gases de efeito estufa com base no potencial de aquecimento global de cada um).
Lula da Silva prometeu, durante a campanha eleitoral, proteger a floresta amazónica e tomar medidas para lutar contra as alterações climáticas. Bolsonaro acabou com muitas políticas de protecção ambiental e incentivou a exploração da Amazónia. Por isso há grande expectativa quanto à sua presença na COP27 – a sua presença dará um sinal forte de que o clima é uma prioridade para o Brasil.
Lula vai “certamente” encontrar-se com o secretário-geral das Nações Unidas na COP27, entre outros líderes mundiais, disse Izabela Teixeira, ex-ministra do Ambiente dos governos de Lula da Silva e sua conselheira para estas questões durante a campanha.