Candidato de Bolsonaro vence o governo de São Paulo
Fernando Haddad não conseguiu a eleição no estado mais populoso do Brasil e PT mantém governação em quatro estados.
O candidato derrotado à presidência do Brasil em 2018 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, voltou a perder uma corrida eleitoral, desta vez para governador do estado de São Paulo. Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Jair Bolsonaro, venceu essa eleição.
Desta forma, o PT não consegue aumentar o número de estados ganhos face às últimas eleições e ficou empatado em número de governadores com a União Brasil, cujos eleitos apoiaram Bolsonaro (mas não o partido).
Fernando Haddad perdeu por larga margem, com mais de dez pontos percentuais de desvantagem para o opositor, o que representa mais de 2,5 milhões de votos. O candidato de esquerda até tinha sondagens favoráveis, mas perdeu logo na primeira volta e esse resultado confirmou-se na segunda. Tarcísio, ex-ministro das Infra-estruturas, que se apresentou pela primeira vez a uma eleição (e num estado onde nem sequer reside), disse que a sua vitória da primeira volta mostrava “a força do bolsonarismo”.
Depois de ter assegurado a eleição de três governadores na primeira volta (nos estados de Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí), o Partido dos Trabalhadores conquistou também a Bahia este domingo, com a vitória de Jerônimo Rodrigues (52,8%) contra ACM Neto (47%), por cerca de 400 mil votos.
A vitória do candidato do PT chegou a parecer muito difícil, apesar de o partido dominar o estado há 16 anos. O favoritismo de ACM Neto durante vários meses acabou por não se confirmar nesta segunda volta, como já na primeira se dava a entender depois de Jerônimo Rodrigues quase ter resolvido logo a questão.
O Partido Liberal, de Bolsonaro, sofreu uma derrota expressiva no Rio Grande do Sul, onde Eduardo Leite (PSDB) bateu Onyx Lorenzoni por quase um milhão de votos. Uma eleição polémica em que o ex-ministro bolsonarista conseguiu um surpreendente primeiro lugar na primeira volta, mas que não conseguiu repetir agora, depois de o PT ter indicado aos seus eleitores para que apoiassem o ex-governador Eduardo Leite.
Mas o PL, que teve uma boa primeira volta, fruto do impulso bolsonarista, juntou agora mais um governador à sua lista. Em Santa Catarina, Jorginho Mello deixou Décio Lima (PT) a mais de 1,7 milhões de votos de distância. Na primeira volta, Cláudio Castro já tinha ganhado no Rio de Janeiro com grande vantagem.
No Espírito Santo, no entanto, a força do bolsonarismo não chegou para que Manato, o candidato do PL, superasse o actual governador, Renato Casagrande (PSB), que venceu o estado com quase 165 mil votos de diferença.
A União Brasil, que na primeira volta já tinha eleito dois governadores (Mato Grosso e Goiás), acrescentou à sua lista de vitórias outros dois este domingo: Wilson Lima, no Amazonas, e o coronel Marcos Rocha, em Rondónia.
Apesar da má gestão da pandemia, que provocou milhares de mortos, incluindo por falta de oxigénio nos hospitais públicos, Lima conseguiu reeleger-se, superando confortavelmente Eduardo Braga, que foi governador deste estado durante sete anos.
Numa disputa à direita, Paulo Dantas (MDB, o mesmo partido de Simone Tebet) bateu Rodrigo Cunha, do União Brasil, na corrida ao governo de Alagoas.
Em Pernambuco foi eleita a primeira mulher governadora do estado, Raquel Lyra, que disputava a eleição contra outra mulher, Marília Arraes, do Solidariedade, que era apoiada por Lula. Lyra acabou por beneficiar da solidariedade do eleitor, depois de o marido ter morrido no dia da primeira volta.
Em Sergipe, o candidato do PT, Rogério Carvalho, perdeu para Fábio (PSD), que saiu vitorioso da primeira eleição a que se apresentou. Em Paraíba a vitória foi do candidato do PSB, João Azevêdo, reeleito para o cargo, batendo Pedro Cunha Lima (PSDB). Já em Mato Grosso do Sul ganhou o Eduardo Riedel (PSDB), que venceu o candidato do partido de Roberto Jefferson, preso no domingo passado depois de disparar e atirar granadas contra os polícias que o iam deter.