Relíquias dos anos 90: disquetes ganham nova vida num armazém nos EUA
Utilizadas para armazenar dados nos anos 90, as disquetes são agora obsoletas. Mas ainda há quem faça negócios com elas.
Já passaram duas décadas desde o apogeu das disquetes, mas um empresário da icónica disquete de 3,5 polegadas, utilizada para armazenar dados nos anos 90, refere que o negócio ainda está em alta.
Tom Persky gere o site floppydisk.com, um serviço online, com sede na Califórnia, nos Estados Unidos da América, que aposta no reaproveitamento de disquetes, recolhendo-as novas ou usadas para depois as enviar para uma base de clientes fiável – o empresário calcula que vende cerca de 500 disquetes por dia.
Quem compra disquetes numa época em que há dispositivos de armazenamento mais sofisticados, como CD-ROM, DVD e pens, sendo que estes também se estão a tornar obsoletos devido ao armazenamento na Internet e na cloud? As pessoas que trabalham nas indústrias têxtil, metalúrgica ou aeronáutica, responde Tom Persky.
“Se construíssemos um avião há 20, 30 ou até mesmo há 40 anos, usaríamos uma disquete para obter e dar informações de aparelhos desse avião”, mencionou o empresário de 73 anos.
No seu armazém, as prateleiras estão cheias de disquetes verdes, laranjas, azuis, amarelas ou pretas, enviadas de todo o mundo. Numa das extremidades encontra-se uma grande máquina magnética com uma correia transportadora que limpa a informação das disquetes, enquanto outra máquina cola etiquetas.
O armazém também tem disquetes de 8 polegadas – um meio de armazenamento ainda mais antigo – incluindo uma disquete que está identificada como contendo o debate presidencial americano de 1960 entre John F. Kennedy e Richard Nixon.
Apesar de ser uma relíquia no mundo moderno, Persky afirma que as disquetes têm várias qualidades. “As disquetes são muito fiáveis, muito estáveis, uma forma muito bem clara de obter ou fornecer informação para uma máquina. Além disso, têm a característica adicional de não serem muito pirateáveis”, menciona o empresário.
Persky descobriu o negócio das disquetes depois de ter trabalhado no desenvolvimento de software para uma empresa fiscal nos anos 90, que duplicou o software com as disquetes. O empresário de 73 anos indica que se apaixonou pelo negócio e assumiu-o depois.
Mas não está à espera que sobreviva mais 20 anos. “Quando vejo o ícone ‘guardar’, vejo uma disquete. Mas a maioria das pessoas apenas vê o ícone de ‘guardar’. Estarei aqui enquanto as pessoas continuarem a querer ter estas disquetes, mas não é para sempre.”