Como funciona o plano de saúde para idosos que agora arrancou em Lisboa?

Idosos têm acesso a teleconsultas gratuitas de medicina geral e médicos ao domicílio. Para beneficiários do Complemento Solidário, os apoios serão reforçados para óculos e próteses dentárias.

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Medida destina-se a residentes de Lisboa com mais de 65 anos Adriano Miranda/Arquivo

A partir desta segunda-feira, os lisboetas com mais de 65 anos têm acesso ao plano de saúde lançado pela Câmara de Lisboa, uma vez que começam a estar disponíveis as teleconsultas previstas no Lisboa 65+. Aqui explicamos quem e como ter acesso a esse plano e a que serviços poderá ter acesso.

O que é o Plano de Saúde Lisboa 65+?

O Plano de Saúde Lisboa 65+ é um programa de apoio à população com mais de 65 anos, residente em Lisboa, que prevê o acesso a teleconsultas de forma gratuita e mais rápida. Pretende ser, nas palavras de Carlos Moedas, um “complemento” ao Serviço Nacional de Saúde. A câmara fez um protocolo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), com a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, com a Associação Nacional de Farmácias, com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com a Segurança Social e com os Serviços Sociais da Câmara de Lisboa para implementar este programa, que será ainda assegurado por privados.​

Quem pode aceder?

Quando apresentou esta ideia, ainda na campanha eleitoral, o autarca destinava a medida a idosos com carências económicas do concelho. No entanto, diz agora que se destina a todos os lisboetas com mais de 65 anos, residentes na capital. Segundo o autarca, deverá abranger cerca de 130 mil pessoas, ou seja, a totalidade da população residente nessa faixa etária (os dados provisórios dos Censos de 2021 revelam que Lisboa tem quase 128 mil pessoas com mais de 65 anos).

A que serviços vou ter direito?

O Lisboa 65+ vai permitir ter teleconsultas de medicina geral e familiar. A ideia será ligar para um número que ainda irá ser disponibilizado e agendar uma teleconsulta, ou seja, uma consulta por telefone. À partida, haverá serviço 24 horas por dia, 365 dias por ano. Estas consultas deverão servir para resolver coisas simples do dia-a-dia como pedir novas receitas da medicação habitual ou para apresentar sintomas que podem implicar uma consulta presencial ou encaminhamento médico. Se assim for, o médico poderá ir ao domicílio para fazer a avaliação do doente. Caso seja preciso, pode ser accionado o transporte em ambulância, se o médico assim o determinar, que será também gratuito. Está também prevista a entrega de medicamentos ao domicílio de forma gratuita.

Quem for beneficiário do Complemento Solidário para Idosos (um apoio, pago todos os meses em dinheiro aos idosos de baixos recursos) vai ter acesso a mais serviços, nomeadamente a consultas de optometria e de higiene oral, a compra de óculos e a colocação de próteses dentárias amovíveis. Em Lisboa, cinco mil lisboetas beneficiam deste apoio, que a câmara quer reforçar por ser “um grupo ainda mais vulnerável”.

Como é que o plano vai funcionar?

Segundo o que explicou Carlos Moedas, bastará aos idosos dirigirem-se à farmácia da sua área de residência, apresentar o cartão de cidadão e inscrever-se no programa. As farmácias deverão estar preparadas para o fazer, uma vez que foi assinado um protocolo com a Associação Nacional de Farmácias.

Quanto é que me vai custar?

Nada. O programa será gratuito. A câmara prevê investir todos os anos 1,5 milhões de euros na contratação deste serviço médico, que será prestado por privados. Ainda não são conhecidas as entidades que prestarão esse serviço.

Quais são as especialidades incluídas?

As teleconsultas são de medicina geral e familiar e, segundo o autarca, não há qualquer limite. A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa deverá encarregar-se das consultas de higiene oral. Carlos Moedas deixou ainda a intenção de, futuramente, incluir consultas na área da saúde mental.

Posso aceder a partir de quando?

As inscrições em 175 farmácias de Lisboa começaram ainda em Dezembro e as teleconsultas começaram a partir de 16 de Janeiro.

Texto actualizado às 9h13 de 16/01/2023 com informações mais recentes

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